O presente artigo traz alguns apontamentos a respeito da história de Florianópolis, com ênfase no desenvolvimento de sua dança. Esta se iniciou por meio de professores estrangeiros que ensinavam balé. Discute alguns aspectos do surgimento da dança florianopolitana, os relaciona com os conceitos de linhas abissais e Epistemologias do Sul, trazidos por Boaventura de Souza Santos (2010). E, a relação entre indústria cultural e capitalismo, pesquisados por Rosana Moura (2007). Explica como outras danças ficaram apagadas por não fazerem parte dos modelos advindos da Europa como, por exemplo, a dança dos escravos africanos e as danças desenvolvidas pelos índios Carijós, primeiros habitantes da ilha. Aponta a importância de um novo olhar para a história da dança florianopolitana. E, encerra questionando a abrangência dos modelos europeus e americanos em diversas esferas da capital e, sobretudo indaga quais seriam hoje os principais referenciais utilizados por sua dança contemporânea.
This article provides some notes about the history of Florianópolis, emphasizing the development of its dance. This was initiated by foreign teachers who taught ballet. It discusses some aspects of the rise of Florianópolis’ dance, relates them to the concepts of abyssal lines and Epistemologies of South, brought by Boaventura de Souza Santos (2010) and the relationship between the culture industry and capitalism researched by Rosana Moura (2007). It explains how other dances were erased for not being part of the models coming from Europe, for example, the dance of African slaves and dances performed by carijós Indians, the first inhabitants of the island of Florianópolis. It points out the importance of a new look at the history of Florianópolis’ dance. And it ends questioning the extent of the European and American models in various areas of this capital city and above all inquiries what are today the main references used for its contemporary dance.