Vias aéreas unidas: a contribuição da higiene nasal em pacientes com fibrose cística

Revista Brasília Médica

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ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

Vias aéreas unidas: a contribuição da higiene nasal em pacientes com fibrose cística

Ano: 2023 | Volume: 60 | Número: Especial
Autores: Carla Cristina Souza Gomez, Glaucia Coghetto Cassemiro, Maria Ângela Gonçalves de Oliveira Ribeiro, Daniela de Souza Paiva Borgl, Maria de Fátima Servidoni, Mariana Contrera Toro Contrera Toro, Andressa Oliveira Peixoto, Eulália Sakano, Antônio Fernando Ribeiro, José Dirceu Ribeiro
Autor Correspondente: Carla Cristina Souza Gomez | [email protected]

Palavras-chave: fibrose cística, higiene nasal, lavagem nasal, desobstrução.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: A FC é uma doença genética que causa a produção de muco espesso e quando infectado provoca danos irreversíveis nos pulmões. Sendo a higiene nasal (HN) um dos recursos utilizados para o tratamento e prevenção das doenças e complicações respiratórias e que pode ser associada a Desobstrução Rinofaríngea Retrógrada (DRR).

OBJETIVO: Avaliar a prática de higiene nasal.

METODOLOGIA: Estudo observacional, analítico, retrospectivo, e de corte transversal. Foi disponibilizado um questionário online com 53 questões aos pais ou responsáveis legais de crianças < 7 anos de idade de ambos os sexos com FC. O projeto foi aprovado pelo CEP (45440121.0.0000.5404).

RESULTADOS: Foram respondidos 32 questionários (Agosto-Outubro de 2021). Sendo 53,1% dos pacientes do sexo masculino e 18,8% com idade de 6 anos. Das 13/53 questões, estavam diretamente relacionadas ao manejo da HN. Houve unanimidade (100%) dos pais/ cuidadores sobre o uso da HN nas crianças. Em relação a frequência em que os pais/cuidadores realizam a HN no dia, obtivemos uma heterogeneidade, sendo 28% (1x ao dia); 25% (2x ao dia); 34,4% (3x ao dia) e 12,5% somente realizam a HN em casos de coriza. 78,1% responderam não possuir dificuldades. E aqueles que responderam apresentar dificuldades na HN dos seus filhos disseram que o motivo poderia ser que a criança não aceita (9,4%); chora muito (12,5%); sensação de afogá-los (6,3%); achar que seus filhos tem medo (6,3%). 75% responderam que a HN foi iniciada em seus filhos antes dos 6 meses de idade. O método de HN mais utilizados foi seringa com soro fisiológico (78,1%). Em contrapartida, não houve concordância entre os pais em relação ao volume de soro que deveria ser instilado nas narinas das crianças, sendo 25% (5 ml); 25% (10ml); 21,9% (1ml); 15,6% (3 ml) e 12,5% (20ml). 78,1% dos pais/cuidadores relataram que os filhos não reclamam da prática de HN; 3,1% disseram que os filhos reclamam de dores nos ouvidos; 3,1% o filho tem medo da seringa e 3,1% que o filho se assusta com a prática. 50% responderam que a técnica de HN foi orientada por fisioterapeutas. A respeito do conhecimento dos pais/cuidadores sobre os benefícios da HN nas crianças foi unânime. Sendo que 8,4% responderam não conhecer a técnica de DRR. Houve controvérsias sobre o posicionamento adequado na técnica de HN, 56,3% (sentado); 34,4% (em pé); 25% (decúbito semi-elevado); 18,8 (deitado na horizontal) e 3,1% responderam que quando seus filhos eram bebês realizavam na posição deitada e hoje realizam na posição em pé. A mesma discordância foi encontrada em relação ao posicionamento adequado da cabeça durante a HN, 43,8% (cabeça inclinada para trás); 28,1% (cabeça inclinada para frente) e 25% (cabeça na posição neutra).

CONCLUSÃO: Com o presente estudo verificou-se que não houve consenso entre os métodos na realização,frequência diária e o posicionamento da criança durante a aplicação da HN. Em relação a técnica DRR, a maioria dos pais desconhecem sobre o método. No entanto, sugerimos mais estudos clínicos e educativos sobe como deve ser realizada a técnica de HN em cada faixa etária.