INTRODUÇÃO: A FC é uma doença genética que causa a produção de muco espesso e quando infectado provoca danos irreversíveis nos pulmões. Sendo a higiene nasal (HN) um dos recursos utilizados para o tratamento e prevenção das doenças e complicações respiratórias e que pode ser associada a Desobstrução Rinofaríngea Retrógrada (DRR).
OBJETIVO: Avaliar a prática de higiene nasal.
METODOLOGIA: Estudo observacional, analítico, retrospectivo, e de corte transversal. Foi disponibilizado um questionário online com 53 questões aos pais ou responsáveis legais de crianças < 7 anos de idade de ambos os sexos com FC. O projeto foi aprovado pelo CEP (45440121.0.0000.5404).
RESULTADOS: Foram respondidos 32 questionários (Agosto-Outubro de 2021). Sendo 53,1% dos pacientes do sexo masculino e 18,8% com idade de 6 anos. Das 13/53 questões, estavam diretamente relacionadas ao manejo da HN. Houve unanimidade (100%) dos pais/ cuidadores sobre o uso da HN nas crianças. Em relação a frequência em que os pais/cuidadores realizam a HN no dia, obtivemos uma heterogeneidade, sendo 28% (1x ao dia); 25% (2x ao dia); 34,4% (3x ao dia) e 12,5% somente realizam a HN em casos de coriza. 78,1% responderam não possuir dificuldades. E aqueles que responderam apresentar dificuldades na HN dos seus filhos disseram que o motivo poderia ser que a criança não aceita (9,4%); chora muito (12,5%); sensação de afogá-los (6,3%); achar que seus filhos tem medo (6,3%). 75% responderam que a HN foi iniciada em seus filhos antes dos 6 meses de idade. O método de HN mais utilizados foi seringa com soro fisiológico (78,1%). Em contrapartida, não houve concordância entre os pais em relação ao volume de soro que deveria ser instilado nas narinas das crianças, sendo 25% (5 ml); 25% (10ml); 21,9% (1ml); 15,6% (3 ml) e 12,5% (20ml). 78,1% dos pais/cuidadores relataram que os filhos não reclamam da prática de HN; 3,1% disseram que os filhos reclamam de dores nos ouvidos; 3,1% o filho tem medo da seringa e 3,1% que o filho se assusta com a prática. 50% responderam que a técnica de HN foi orientada por fisioterapeutas. A respeito do conhecimento dos pais/cuidadores sobre os benefícios da HN nas crianças foi unânime. Sendo que 8,4% responderam não conhecer a técnica de DRR. Houve controvérsias sobre o posicionamento adequado na técnica de HN, 56,3% (sentado); 34,4% (em pé); 25% (decúbito semi-elevado); 18,8 (deitado na horizontal) e 3,1% responderam que quando seus filhos eram bebês realizavam na posição deitada e hoje realizam na posição em pé. A mesma discordância foi encontrada em relação ao posicionamento adequado da cabeça durante a HN, 43,8% (cabeça inclinada para trás); 28,1% (cabeça inclinada para frente) e 25% (cabeça na posição neutra).
CONCLUSÃO: Com o presente estudo verificou-se que não houve consenso entre os métodos na realização,frequência diária e o posicionamento da criança durante a aplicação da HN. Em relação a técnica DRR, a maioria dos pais desconhecem sobre o método. No entanto, sugerimos mais estudos clínicos e educativos sobe como deve ser realizada a técnica de HN em cada faixa etária.