O presente artigo propõe uma observação de como os objetos e as mercadorias podem revelar informações importantes e ainda contar histórias, desvendando situação e apresentando fatos desconhecidos da personalidade humana. As histórias que apresentaremos, são fatos ocorridos numa comunidade terapêutica de orientação religiosa voltada para o acolhimento de dependentes químicos. Para nossa analise faremos uso de textos e autores que propõem uma nova perspectiva de como as coisas ou agentes não humanos podem auxiliar numa pesquisa etnográfica e na ampliação da compreensão dos diversos agentes de pesquisa. Para tanto vamos recorrer às observações de Arjun Appadurai em seu livro “A vida social das coisas” (EdUFF, 2008). Faremos isto no intuito de dialogar com os debates contemporâneos acerca das relações entre bens e mercadorias, antropologia do consumo, e cultura material. Também nos utilizaremos das contribuições da Teoria Ator Rede (LATOUR 2012) para problematizarmos a vida material em si mesma, especialmente em um mundo em que as coisas exercem influências e controle direto sobre as pessoas.