Vigilância da leishmaniose visceral em localidades epidemiologicamente distintas em Juruti, um município minerário do Estado do Pará, Brasil

Revista Pan-Amazônica de Saúde (RPAS)

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ISSN: 2176-6223
Editor Chefe: Isabella M. A. Mateus
Início Publicação: 02/01/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Multidisciplinar

Vigilância da leishmaniose visceral em localidades epidemiologicamente distintas em Juruti, um município minerário do Estado do Pará, Brasil

Ano: 2010 | Volume: 1 | Número: 1
Autores: Lourdes Maria Garcez, Joyce Favacho Cardoso, Anadeiva Portela Chagas, Jefferson Francisco Correia Miranda, Gilberto César Rodrigues de Souza, Daniela Cristina Soares, Lucilândia Maria Bezerra, Habib Fraiha, Jeffrey Jon Shaw, Hiro Goto
Autor Correspondente: Lourdes Maria Garcez | [email protected]

Palavras-chave: Leishmaniose Visceral, Cães, ELISA, Reação em Cadeia da Polimerase Leishmania, Insetos Vetores, Vigilância epidemiológica

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Realizaram-se ações de vigilância para leishmaniose visceral humana (LVH) em Juruti, município minerário do Estado do Pará. Foram selecionadas as localidades de Santa Maria (SM), periurbana, e Capiranga (CA), rural, com e sem LVH, respectivamente, para quatro inquéritos sorológicos semestrais (ELISA-Lisado) nas populações caninas (SM = 94; CA = 45) e três levantamentos entomológicos (armadilhas luminosas CDC, 18-6hx4). Posteriormente, investigaram-se status clínico e infecção por Leishmania em 53 cães (SM = 28; CA = 25) com diagnóstico parasitológico (medula/linfa, Giemsa), molecular (leucócitos do sangue periférico, kDNA-PCR) e sorológico (ELISA), avaliando-se diferentes antígenos (Lisado, k39, Hsp83 - screen test, curva ROC). Soroprevalências variaram em SM (45; 40; 15; 15%) e CA (22; 30; 8,5; 0%), com médias crescentes de IgG em SM (320; 378; 951; 1866; p<0,05), apesar da eutanásia de cães após segundo inquérito; e estáveis em CA (100; 159, 141; 0), onde não houve eutanásia. A frequência de Lutzomyia longipalpis/Lutzomyia spp diferiu em SM (279/296) e CA (4/6). Os resultados clínicos e laboratoriais assemelharam-se para cães de SM e CA, respectivamente, quanto à infecção (parasitológico: 86 e 84%; kDNA-PCR: 100%), status clínico (assintomáticos: 43 e 56%; sintomáticos: 57 e 44%) e especificidade no ELISA (100%), mas variaram sensibilidades (Lisado: 44 e 18%; Hsp83: 48 e 27%; k39: 48 e 41%) e níveis de IgG (≤ 6.400; ≤ 200). O perfil da infecção canina nas localidades com e sem transmissão de LVH diferiu apenas em níveis/evolução de IgG, o que torna necessária a temporalidade dos inquéritos sobretudo em áreas silenciosas, isoladas, com baixa densidade do vetor, onde seria dispensável a eutanásia de cães. O melhor teste sorológico foi ELISA-k39.



Resumo Inglês:

Surveillance actions for human visceral leishmaniasis (HVL) were carried out in Juruti, a mining municipality in Pará State. A peri-urban (Santa Maria-SM) and a rural (Capiranga-CA) location were selected with or without HVL, respectively, for the execution of four biannual serologic inquiries (lysate ELISA) in canine populations (SM = 94, CA = 45) and three entomological surveys (CDC light traps, 18-6 h x4). Subsequently, the clinical status, as well as the infection by Leishmania, was investigated in 53 dogs (SM = 28; CA = 25) with parasitological (bone marrow/lymph, Giemsa), molecular (peripheral blood leukocytes, kDNA-PCR) and serological (ELISA) diagnoses assessing different antigens (lysate, K39, Hsp83 - screen test, ROC curve). Seroprevalence varied in SM (45; 40; 15; 15%) and in CA (22; 30; 8.5; 0%), presenting increasing average IgG rates in SM (320; 378; 951; 1866; p <0.05) despite the euthanasia of dogs after the second survey, and stable average IgG rates in CA (100; 159; 141; 0), where euthanasia was not conducted. The frequency rates of Lutzomyia longipalpis/Lutzomyia spp. differed in SM (279/296) and CA (4/6). Clinical and laboratory results were similar for dogs from SM and CA, respectively: infection (parasitological examination: 86 and 84%; kDNA-PCR: 100%), clinical status (asymptomatic: 43 and 56%; symptomatic: 57 and 44%), and specificity by ELISA (100%). On the other hand, sensitivity (lysate: 44 and 18%; Hsp83: 48 and 27%; K39: 48 and 41%) and IgG levels (≤ 6,400; ≤ 200) varied, respectively. The profile of canine infection in localities with or without HVL transmission differed only in terms of the level/evolution of IgG, which makes the temporality of investigations necessary, especially in quiet and isolated areas that present a low vector density and where the euthanasia of dogs would become unnecessary. The best serological test was ELISA-K39.



Resumo Espanhol:

Se realizaron actividades de vigilancia para la leishmaniasis visceral humana (LVH) en Juruti, un municipio minero en el Estado de Pará. Se seleccionaron zonas periurbanas (Santa María-SM) y rurales (Capiranga-CA), con y sin LVH respectivamente, para cuatro estudios serológicos semestrales (ELISA lisado) en la población canina (SM = 94, CA = 45) y tres encuestas entomológicas (trampas de luz CDC, 18-6hx4). Posteriormente, se investigó el estado clínico y la infección por Leishmania en 53 perros (SM = 28, CA = 25) con diagnóstico parasitológico (médula ósea o linfa, Giemsa), molecular (leucocitos de sangre perférica, kDNA-PCR) y serológico (ELISA), evaluando diferentes antígenos (Lysate, K39, Hsp83 - screen test, curva ROC). La seroprevalencia varió en SM (45; 40; 15; 15%) y CA (22; 30; 8.5; 0%), con media creciente de IgG en SM (320; 378; 951; 1866; p<0,05), a pesar de la eutanasia en los perros después de la segunda encuesta, y estable CA (100; 159, 141; 0), en que no hubo eutanasia. La frecuencia de Lutzomyia longipalpis/Lutzomyia spp difiere en SM (279/296) y CA (4/6). Los resultados clínicos y de laboratorio se asemejan para perros de SM y AC, respectivamente, respecto a la infección (parásitos: 86 y 84%, kDNA-PCR: 100%), situación clínica (asintomática: 43, 56%; sintomáticas: 57, 44%) y especificidad en ELISA (100%), pero se registró variación en la sensibilidad (lisado: 44 y 18; Hsp83: 48 y 27%; K39: 48 y 41%) y en los niveles de IgG (≤ 6.400; ≤ 200). El perfil de la infección canina en las localidades con y sin transmisión de la LVH difería sólo en los niveles o en la evolución de IgG, que hace necesaria la temporalidad de las investigaciones, principalmente en zonas tranquilas y aisladas, de baja densidad del vector, donde seria innecesaria la eutanasia en perros. La mejor prueba serologica fue ELISA-K39.