Violência contra crianças e adolescentes – proposta de classificação dos níveis de gravidade/ Child and adolescent physical abuse – a proposal for classifying its severity

Revista Paulista De Pediatria

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ISSN: 1030582
Editor Chefe: NULL
Início Publicação: 31/12/1992
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Violência contra crianças e adolescentes – proposta de classificação dos níveis de gravidade/ Child and adolescent physical abuse – a proposal for classifying its severity

Ano: 2011 | Volume: 29 | Número: 4
Autores: L. Pfeiffer, N. A. Rosário, M.N. Cat
Autor Correspondente: L. Pfeiffer | [email protected]

Palavras-chave: violência; criança; adolescente; violência doméstica; maus-tratos infantis; epidemiologia/ violence; child; adolescent; domestic violence; child abuse; epidemiology

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Objetivo: Descrever as formas de apresentação da violência e método de classificação em níveis de gravidade aplicado no Programa Rede de Proteção das Crianças e Adolescentes em Situação de Risco para Violência da cidade de Curitiba. Métodos: O presente estudo constituiu-se de quatro fases: participação e acompanhamento da implantação do programa Rede de Proteção; desenvolvimento de método para classificar os níveis de gravidade das situações de violência contra infância e adolescência; participação na capacitação de profissionais da rede pública para identificação das situações de violência, aplicação do método de classificação e notificação; análise e interpretação dos dados das notificações de violência geradas pelo Programa. Resultados: No Programa Rede de Proteção de Curitiba foram notificados 1.537 casos de violência contra crianças e adolescentes em 2003 e 1.974 em 2004, sendo 93% casos de violência doméstica. Dos casos de violência doméstica, em 2003 e 2004, respectivamente, 40,7 e 61,7% foram situações de negligência, 35,2 e 26%, de violência física; 17,5 e 8,8%, sexual e 6,6 e 3,5%, psicológica isolada. Não houve diferença significativa entre sexo da vítima, com predomínio na faixa etária de cinco a nove anos. Em 2003, os casos moderados corresponderam a 41,8%, os graves, a 40% e os leves, a 18,2%. Em 2004, 35,4% foram casos moderados, 33,9%, leves e 30,7%, graves.
Conclusões: Este estudo apresenta aspectos e interfaces da violência contra crianças e adolescentes e a aplicação de novo método de classificação de seus níveis de gravidade, o que tornou possível estabelecer critérios de urgência e emergência, além da estruturação de fluxogramas e protocolos de atendimento de acordo com esses níveis.



Resumo Inglês:

Objective: To report different clinical presentation of child physical abuse and propose a method for classifying its severity as applied to a program that provides assistance for children and adolescents under risk in Curitiba, in Southern Brazil.Methods: The study comprised four phases: involvement and assessment of the implementation of the network that provides assistance for children and adolescents under risk; development of a method to classify abuse according to its severity level in childhood and adolescence; training health professionals to identify beforehand cases of abuse and how to apply the proposed classification method and to notify the authorities; analysis and interpretation of collected data. Results: 1,537 cases were notified in 2003 and 1,972 in 2004; 93% of them were considered as domestic abuse. In those cases of domestic abuse, in 2003 and 2004 respectively, negligence was reported in 40.7 and 61.7%; physical violence occurred in 35.1 and 26%, sexual abuse in 17.6 and 7.7% sexual abuse, and psychological stress in 6.6 and 4.6%. Gender was not significantly different among victimized subjects, but the main age interval among victims was five to nine years old. In 2003, severity was classified as mild in 8.2%, moderate in 41.8%, and severe 40%. In the following year, 33.9% of the cases were identified as mild, 35.4% as moderate, and 30.7% as severe. Conclusions: This study shows the features and interfaces of abuse against children and adolescents, as well as the implementation of a new method for severity classification, which allowed to establish criteria for emergency care and to create flowcharts and individualized treatment protocols according with these levels.



Resumo Espanhol:

Objetivo: Descrever as formas de apresentação da violência e método de classificação em níveis de gravidade aplicado no Programa Rede de Proteção das Crianças e Adolescentes em Situação de Risco para Violência da cidade de Curitiba. Métodos: O presente estudo constituiu-se de quatro fases: participação e acompanhamento da implantação do programa Rede de Proteção; desenvolvimento de método para classificar os níveis de gravidade das situações de violência contra infância e adolescência; participação na capacitação de profissionais da rede pública para identificação das situações de violência, aplicação do método de classificação e notificação; análise e interpretação dos dados das notificações de violência geradas pelo Programa. Resultados: No Programa Rede de Proteção de Curitiba foram notificados 1.537 casos de violência contra crianças e adolescentes em 2003 e 1.974 em 2004, sendo 93% casos de violência doméstica. Dos casos de violência doméstica, em 2003 e 2004, respectivamente, 40,7 e 61,7% foram situações de negligência, 35,2 e 26%, de violência física; 17,5 e 8,8%, sexual e 6,6 e 3,5%, psicológica isolada. Não houve diferença significativa entre sexo da vítima, com predomínio na faixa etária de cinco a nove anos. Em 2003, os casos moderados corresponderam a 41,8%, os graves, a 40% e os leves, a 18,2%. Em 2004, 35,4% foram casos moderados, 33,9%, leves e 30,7%, graves.
Conclusões: Este estudo apresenta aspectos e interfaces da violência contra crianças e adolescentes e a aplicação de novo método de classificação de seus níveis de gravidade, o que tornou possível estabelecer critérios de urgência e emergência, além da estruturação de fluxogramas e protocolos de atendimento de acordo com esses níveis. Palavras-chave: violência; criança; adolescente; violência doméstica; maus-tratos infantis; epidemiologia.