A violência obstétrica (VO) é um termo utilizado para caracterizar as ações violentas que ocorrem durante a prática profissional na assistência ao parto. Se no parto a mulher torna-se vítima de VO, podem ocorrer transtornos psicológicos, justificando, assim, a presença de um psicólogo para prestar-lhe suporte. O objetivo desta pesquisa foi analisar o conhecimento dos estudantes de um curso de graduação em psicologia de uma universidade privada sobre a VO. Trata-se de um estudo quantitativo, transversal, cuja amostra, do tipo não probabilística, foi constituída por alunos de Psicologia. Os dados foram coletados por meio de um questionário eletrônico. Participaram da pesquisa 41,8% dos alunos. Do total, 84,3% informaram saber o significado de VO. Configuram VO na percepção dos participantes: não permissão à parturiente para ficar na posição de sua preferência, negativa à presença do acompanhante na hora do parto, restrição à movimentação da mulher em trabalho de parto, indução à realização de cesariana, informações em linguagem pouco acessível à parturiente, bem como a estimulação à complementação de fórmulas em detrimento ao aleitamento materno exclusivo. Concluiu-se que os participantes possuem conhecimento sobre VO. No entanto, há déficits de conhecimento, pois alguns participantes não sabem quais práticas e atitudes realizadas pelos profissionais da saúde de fato se enquadram em VO. Isso é relevante, pois poderá gerar dificuldade para classificar, nos futuros atendimentos psicológicos, quando se trata de vítima de VO, podendo comprometer o tratamento adequado.Palavras-chave: Violência contra a Mulher; Violência Obstétrica; Parto Humanizado; Estudantes de Psicologia.
Obstetric violence (OV) is a term used to characterize the violent actions that occur during professional practice in childbirth care. If during childbirth, a woman becomes a victim of OV, psychological disorders may occur, thus justifying the presence of a psychologist to provide support. This research aimed to analyze the knowledge of students in an undergraduate psychology course at a private university about OV. This is a quantitative, cross-sectional study, whose sample, of the non-probabilistic type, consisted of Psychology students. Data were collected through an electronic questionnaire. Results: 41.8% of students participated in the survey. Of the total, 84.3% reported knowing the meaning of OV. They configure OV in the participants’ perception: not allowing the parturient to stay in the position of her choice, refusal to have a companion at the time of delivery, restriction to the movement of the woman in labor, induction to perform a cesarean section, information in poorly accessible language to the parturient, as well as the stimulation of formula complementation at the expense of exclusive breastfeeding. It was concluded that the participants know OV. However, there are knowledge deficits as some participants do not know which practices and attitudes performed by health professionals fall under OV. This is relevant because it may cause difficulty in classifying, in future psychological care, when it comes to a victim of OV, which may compromise adequate treatment.Keywords:Violence against Women; Obstetric Violence; Humanized Birth; Psychology Students.
