Violência simbólica no feminismo hegemônico: mulheres e vulnerabilidade

Anãnsi: Revista de Filosofia

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ISSN: 2675-8385
Editor Chefe: Flávio Rocha de Deus
Início Publicação: 13/09/2020
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Filosofia

Violência simbólica no feminismo hegemônico: mulheres e vulnerabilidade

Ano: 2020 | Volume: 1 | Número: 1
Autores: M. G. de Barros
Autor Correspondente: M. G. de Barros | [email protected]

Palavras-chave: Mulheres, Vulnerabilidade, Feminismo hegemônico, Violência simbólica

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo demonstra que a utilização da categoria “mulheres”, enquanto identidade universalizante do movimento feminista, e da ideia de vulnerabilidade, como essência do corpo feminino, aproxima o feminismo hegemônico da opressão que espera combater. A universalização do sujeito feminista desconsidera outros vieses de relações de poder, como raça, classe e orientação sexual, obscurecendo distintas formas de ser no mundo e impedindo a fragmentação do movimento em feminismos plurais. A concepção de vulnerabilidade essencial feminina, por sua vez, reforça o sistema patriarcal ao posicionar as mulheres num patamar rebaixado e débil, cuja imobilidade é característica marcante. Posto isso, constata-se a violência simbólica que permeia o feminismo hegemônico, tendo em vista que seus próprios atores, grupo socialmente dominado, se vale de noções construídas do ponto de vista dos dominantes, naturalizando-as. Após discutir tal contrassenso, são apontadas e avaliadas possíveis soluções: a consciência crítica e uma coalizão aberta.



Resumo Inglês:

This article demonstrates that the use of the category “women”, as a universalizing identity of the feminist movement, and the idea of vulnerability, as the essence of the female body, brings hegemonic feminism closer to the oppression it hopes to combat. The universalization of the feminist subject disregards other important forms of power relations, such as race, class and sexual orientation. The idea of essential female vulnerability, in turn, reinforces the patriarchal system by placing women on a low and weak level. That said, the symbolic violence that permeates hegemonic feminism is evident, considering that its own actors, a socially dominated group, make use of notions constructed from the point of view of the dominants, naturalizing them. After discussing such a inconsistency, possible solutions are pointed out: critical awareness and an open coalition.