A utilização de plantas com fins medicinais é uma prática popular antiga, considerada uma opção na busca de soluções terapêuticas, principalmente pela população de baixa renda, por tratar-se de uma alternativa eficiente, de menor custo e culturalmente difundida. Segundo dados da OMS, 80% da população dos países em desenvolvimento utilizam as plantas medicinais na atenção primária à saúde. Apesar dos grandes benefícios da Fitoterapia, é relevante ressaltar que a falta de conhecimento sobre os efeitos medicinais e tóxicos das plantas são fatores preocupantes da automedicação, comum com preparações à base de plantas medicinais. Desta forma, ações de educação em saúde tornam-se essenciais para fornecer subsídio para o uso seguro e apropriado das plantas. Esse estudo objetivou relatar a vivência de acadêmicos de saúde na prática da fitoterapia em três comunidades do Valentina, no município de João Pessoa. Mediante Projeto de Extensão “Educação Popular em Saúde na Comunidade”, iniciado no município de Cabedelo e atualmente pactuado para atuar em três comunidades de João Pessoa, os discentes participaram do cotidiano da população do Valentina e, assim, conheceram melhor as suas necessidades. Através de visitas domiciliares às
famílias, foi possível um melhor entendimento das potencialidades dos moradores adscritos nessa região. Dentre os hábitos mais prevalentes observados nas abordagens, o uso de plantas medicinais foi considerado uma atividade rotineira e motivadora para a maioria dos que vivem nesta área. Os fatores socioeconômicos também foram inseridos como proposta de entendimento da utilização dessa prática. Diante desse contexto, tem-se que o reconhecimento da Fitoterapia como prática integrativa e complementar, torna-se cada vez mais presente no cotidiano dos serviços de saúde, cabendo aos profissionais atuarem no fortalecimento de tais atividades, não esquecendo que o respeito a esses valores aproxima-os consideravelmente do cuidado em saúde.
The use of medicinal plants is an old popular practice, considered an option in the search for therapeutic solutions, especially by the low-income population, as it is an efficient, lower cost and culturally widespread alternative. According to WHO data, 80% of the population in developing countries use medicinal plants in primary health care. Despite the great benefits of herbal medicine, it is noteworthy that the lack of knowledge about the medicinal and toxic effects of plants are worrying factors of self-medication, common with herbal preparations. Thus, health education actions become essential to provide subsidies for the safe and appropriate use of plants. This study aimed to report the experience of health academics in the practice of herbal medicine in three communities of Valentina, in the city of João Pessoa. Through an extension project “Popular Education in Health in the Community”, started in the municipality of Cabedelo and currently agreed to work in three communities of João Pessoa, the students participated in the daily life of the population of Valentina and thus knew their needs better. Through home visits to families, it was possible to better understand the potentialities of the residents assigned to this region. Among the most prevalent habits observed in the approaches, the use of medicinal plants was considered a routine and motivating activity for most of those living in this area. Socioeconomic factors were also included as a proposal to understand the use of this practice. Given this context, it has been recognized that Phytotherapy as an integrative and complementary practice becomes increasingly present in the daily routine of health services, and it is up to professionals to strengthen these activities, not forgetting that respect for these values considerably bring them closer to health care.