Objetivo: Explorar os significados atribuÃdos pelos jovens a ‘‘viver a adolescência com o HIV’’
em um grupo de pacientes que adquiriu a infecc¸ão ao nascimento e os elementos implicados
na adesão ao tratamento antirretroviral.
Métodos: Pesquisa de natureza qualitativa, com 20 sujeitos (13 a 20 anos), acompanhados em
servic¸os especializados no tratamento da Aids pediátrica em São Paulo, Brasil. Foram feitas
entrevistas semidirigidas cujo roteiro foi composto por questões sobre suas histórias pessoais,
dificuldades e experiências que enfrentam diante da infecc¸ão pelo HIV/Aids.
Resultados: Ser ‘‘normal’’ e ‘‘diferente’’ foram questões centrais no discurso dos participantes.
Entretanto, a condic¸ão de uma vida normal é garantida mediante a responsabilidade com
a saúde, a ressalva de que seja mantido o segredo do diagnóstico e as preocupac¸ões com a
transmissão do vÃrus e divulgac¸ão do HIV ao parceiro sexual. As respostas sobre o tratamento
apontam que a adesão é um processo dinâmico e envolve momentos de maior ou menor interesse
em relacão aos cuidados com a saúde. Os adolescentes têm planos e projetos e, apesar
de o HIV ser considerado um agente estressor, prevaleceram perspectivas positivas diante do
futuro.
Conclusões: Viver a adolescência com o HIV envolve dimensões delicadas, que necessitam ser
reconhecidas e legitimadas pelos profissionais que acompanham a trajetória desses jovens.
Trata-se de possibilitar um espaco no qual o adolescente possa refletir e encontrar apoio para
as questões relacionadas à construc¸ão de sua sexualidade e cuidados com seu próprio corpo.
Objective: Explore the meanings attributed by young individuals about ‘‘living as an adolescent
with HIV’’ in a group of patients that acquired the infection at birth and the elements
involved with the adherence to antiretroviral treatment.
Methods: Qualitative study, involving 20 subjects (aged 13-20 years), followed at services specialized
in the treatment of pediatric Aids in São Paulo, Brazil. Semi-structured interviews were
carried out of which script consisted of questions about their personal histories, experiences
and difficulties they must face while living with HIV/Aids.
Results: Being ‘‘normal’’ and ‘‘different’’ were central issues voiced by the participants. However,
a normal life situation is guaranteed by being responsible with one’s health, the condition
that the diagnosis be kept secret and concerns about HIV transmission and dissemination to a
sexual partner. The answers about treatment show that adherence is a dynamic process and
involves moments of greater or lesser interest in relation to care for one’s health. The adolescents
have plans and projects and although HIV is considered a stressor, positive perspectives
for the future prevailed.
Conclusions: To live as an adolescent with HIV involves subtle dimensions that need to be recognized
and legitimized by professionals who follow the trajectory of these young individuals. It
is necessary to allow a space in which the adolescents can reflect and find support regarding
issues related to the construction of their sexuality and care of one’s own body.