Este artigo apresenta parte de uma pesquisa sobre as vivências e expectativas dos adolescentes na perspectiva da convivência familiar e comunitária. Os dados analisados referem-se às representações dos adolescentes de 13 a 16 anos sobre o serviço de acolhimento na Aldeias Infantis SOS. Em termos metodológicos, utilizou-se o método clínico piagetiano proposto por Deval, sendo os dados coletados por meio de entrevista clínica e submetidos a análise qualitativa. Os relatos dos adolescentes evocaram não apenas as suas vivências, mas sinalizaram um conjunto de práticas necessárias para que os adolescentes sejam efetivamente considerados como sujeitos de direitos, sendo ouvidos e convidados a participarem ativamente das decisões dos seus destinos. Partindo do pressuposto de que os sonhos e os desejos de viver em família estão relacionados ao direito de voz dos adolescentes, que relataram que o juiz deveria ouvi-los, no sentido de perguntar o que realmente desejam.
This article presents part of a research on the experiences and expectations of adolescents in institutional protection measure in relation to the right to family and community. The data analyzed refer to representations of adolescents 13-16 years old on the representation of the host service in the SOS Children's Village. The method used in the research was the Piagetian clinical method proposed by Deval, and data were collected through clinical interview. The data underwent qualitative analysis. The story of teenagers evoked not only their experiences but signaled a set of practices which subjects are effectively treated as subjects of rights, being heard and invited to actively participate in the decisions of their destinations. Assuming that dreams and wishes to family life are related to the right voice of adolescents who reported that the judge should hear them more, to ask what they really want.