Viver sem Deus e sem religião: a vida possível no ateísmo

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ISSN: 21755841
Editor Chefe: Antonio Geraldo Cantarela/Rodrigo Coppe Caldeira
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Teologia

Viver sem Deus e sem religião: a vida possível no ateísmo

Ano: 2010 | Volume: 8 | Número: 18
Autores: Amauri Carlos Ferreira
Autor Correspondente: Amauri Carlos Ferreira | [email protected]

Palavras-chave: ateísmo, religião, ciência, fundamentalismo religioso

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

É possível viver no mundo sem Deus? É possível viver no mundo sem religião? O
autor deste texto apresenta uma resposta afirmativa a essas indagações,
fundamentando-a com as ideias de Bertrand Russell. Para o autor, quando a noção de
viver bem é fundamentada na verdade provisória da ciência e contrária à vida proposta
pela religião, os fiéis e os representantes eclesiásticos utilizam argumentos emocionais
e falaciosos para postular a verdade da fé. Ele parte do pressuposto de que entre
religião e ciência há conflitos, e não diálogos. Os conflitos se instauram na medida em
que se percebe que a verdade humana é de processos, erros e acertos, não de certezas.
A certeza da existência de Deus e do plano divino se justifica a partir de argumentos
emocionais, que no mais das vezes levam a atos de crueldade e violência, como mostra
a história. Para melhor compreender de que maneira os argumentos emocionais dos
fiéis são legitimados, o autor recorre ao caso pessoal de Russell, quando o filósofo se
viu impedido de lecionar na Faculdade de Filosofia Municipal de Nova York, nos anos
40 do século XX, devido a seu pensamento contrário à religião.



Resumo Inglês:

Is it possible to live without God? Is it possible to live without religion in the midst of
faithful? Starting from the premise of conflict, not dialogue, between religion and
science, the author uses the ideas of Bertrand Russell to support affirmative answers to
these questions. When the notion of the good life is based on the provisional truth of
science, rather than on religion, the faithful and the ecclesiastic representatives
postulate the truth of faith using emotional and fallacious arguments. The conflict
between religion and science arises with the perception that human truth is based on
processes, errors and successes, not on certainties. The conviction of the existence of
God and of a divine plan is justified by emotional arguments, in general accompanied
by acts of cruelty and violence, as we know from history. In order to improve our
understanding of how the faithful attempt to justify their emotional arguments, the
author cites Russell’s case, when the philosopher was prevented from teaching at the
College of the City of New York (CCNY), in the 1940s due to his anti-religious ideas.