O presente trabalho pretende explorar a resistência poética de Hilda Hilst, com base na leitura dos “Poemas aos homens do nosso tempo”, pertencentes à obra Júbilo memória noviciado da paixão (1974). O contexto de publicação remonta ao período da ditadura militar, marcado pela censura, a ausência de liberdade e a supressão dos direitos humanos. As obras de arte possuíam, sob a forma de um imperativo, o compromisso de posicionar-se diante dos acontecimentos concretos da realidade. Neste sentido, pretende-se refletir acerca das contribuições e das limitações da noção de engajamento proposta por Jean-Paul Sartre (1989). Como um ato fundamental de amor, o canto-resistência hilstiano manifesta-se no esforço de restabelecer o élan fraterno entre os seres humanos e destes com a palavra poética. Os poemas da escritora conferem grandeza à arte, tendo em vista que cabe ao poeta o papel primordial de repensar criticamente o mundo.
This paper intends to explore the poetic resistance of Hilda Hilst, based on the reading of the “Poemas aos homens do nosso tempo”, belonging to the work Júbilo, memória, noviciado da paixão (1974). The context of publication goes back to the period of the military dictatorship, marked by censorship, lack of freedom and the suppression of human rights. Works of art had, in the form of an imperative, the commitment to position themselves in the face of the concrete events of reality. In this sense, we intend to refl ect on the contributions and limitations of the notion of engagement proposed by Jean-Paul Sartre (1989). As a fundamental act of love, the hilstian chant-resistance manifests itself in the eff ort to reestablish the fraternal élan among human beings and of these with the poetic word. The poems of the writer confer greatness on art, since the poet has the primary role of critically rethinking the world.