Voltando a Baudelaire, "Les Chats" [Os Gatos]
Estudos Semióticos
Voltando a Baudelaire, "Les Chats" [Os Gatos]
Autor Correspondente: C. Zilberberg | [email protected]
Palavras-chave: CHARLES BAUDELAIRE, LES CHATS [OS GATOS], LES FLEURS DU MAL [AS FLORES DO MAL], VALORES DE ABSOLUTO, VALORES DE UNIVERSO
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
A hipoÌtese tensiva, ao postular a centralidade do affeto na economia geral da geração do sentido, assinala as composições pertinentes nas quais se combinam, no entrecruzamento do sensiÌvel e do inteligiÌvel, uma valeÌ‚ncia intensiva (forte vs. fraco) e uma valeÌ‚ncia extensiva (concentrado vs. difuso). Na deÌcada de 1960, o soneto "Les Chats" [Os Gatos] de Charles Baudelaire (Les Fleurs du mal) foi objeto de uma anaÌlise, desde então claÌssica, empreendida por Roman Jakobson e Claude LeÌvi-Strauss, em que se esclarecia a virtude heuriÌstica da tensão entre a metoniÌmia e a metaÌfora. Embora a interpretação desses mestres tenha conservado todo seu alcance, sob muitos aspectos exemplar, eÌ possiÌvel acrescentar-lhe outras leituras. Desejamos demonstrar, em nossa proÌpria escala, que o singular devir desse poema procede da tensão entre os valores de absoluto (forte intensidade e extensidade concentrada) e os valores de universo (fraca intensidade e extensidade difusa). Essas composições podem ser vistas como as resultantes respectivas das operações de triagem e de mistura. Para falar com maior precisão, esse patamar de anaÌlise de "Os Gatos" mostra uma conversão axioloÌgica, de tal forma que os valores de absoluto, predominantes nos tercetos, veÌ‚m substituir os valores de universo prevalecentes nas quadras.