A Voz do poema: a phoné e a poiesis no canto sem palavras

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ISSN: 1808-3129
Editor Chefe: Monique Vandresen
Início Publicação: 01/01/2006
Periodicidade: Diário
Área de Estudo: Artes

A Voz do poema: a phoné e a poiesis no canto sem palavras

Ano: 2012 | Volume: 9 | Número: 7
Autores: Rodolfo Piskorski
Autor Correspondente: Rodolfo Piskorski | [email protected]

Palavras-chave: música vocal, vocalise, poesia, teoria da linguagem

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo explora conceitualmente os problemas teóricos da poesia em sua relação com a prosa, a escrita e a voz como esboço de uma teoria para se pensar a música vocal sem palavras. Primeiramente, possíveis definições da poesia são discutidas, juntamente com outras dicotomias problemáticas relacionadas à linguagem (fala/escrita, canto/fala, humano/animal). A música vocal sem palavras é identificada como um lócus privilegiado para se pensar a relação entre a voz, a linguagem, a música, e o corpo. O uso do canto sem palavras é analisado em duas peças em relação as questões da voz, da linguagem, do significado, e do corpo, sendo ambas baseadas em poemas muito diferentes: La Mort d’Ophélie, canção para voz e piano de Hector Berlioz (1842), e Flos Campi, para viola solo, coro e orquestra, de Ralph Vaughan-Williams (1925). Finalmente, elenca-se algumas conclusões com relação ao caráter único do canto sem palavras em relação ao papel ambíguo da voz na filosofia da linguagem e na teoria do poema.



Resumo Inglês:

This article conceptually explores the theoretical problems regarding poetry in its relationship to prose, writing, and voice as a way of theorizing wordless vocal music. Firstly, possible definitions of poetry are discussed, alongside other troublesome dichotomies (speech/writing, song/speech, human/animal). Wordless vocal music is put forth as a privileged site for thinking the relationship among voice, language, music, and the body. The use of wordless singing is analyzed in two pieces regarding the concepts of voice, language, meanings, and the body, both based on very different poems: La Mort d’Ophélie, a song for voice and piano, by Hector Berlioz (1842), and Flos Campi, for solo viola, choir, and orchestra, by Ralph Vaughan-Williams (1925). Finally, some conclusions emerge regarding the unique standing of wordless singing in connection to the ambiguous role of the voice in philosophy of language and theory of the poem.