VOZES NEGADAS NA POESIA DE LOBIVAR MATOS: DA SUBALTERNIDADE À RESISTÊNCIA DO SUJEITO NEGRO

REVISTA DE LETRAS NORTE@MENTOS

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Editor Chefe: Jesuino Arvelino Pinto e Neusa Inês Philippsen
Início Publicação: 30/06/2008
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Linguística

VOZES NEGADAS NA POESIA DE LOBIVAR MATOS: DA SUBALTERNIDADE À RESISTÊNCIA DO SUJEITO NEGRO

Ano: 2019 | Volume: 12 | Número: 28
Autores: M. Almeida, L. S. Souza.
Autor Correspondente: M. Almeida | [email protected]

Palavras-chave: negro, resistência, subalternidade, Lobivar Matos.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O modernismo, no começo do século XX, trouxe entre seus temas os negros e os grupos subalternos para a literatura brasileira, partindo de um viés político e ideológico. A necessidade de criar um novo projeto literário condicionou os escritores a comporem um repertório que rompesse com o paradigma elitista do fazer literário. Lobivar Matos, poeta mato-grossense, endossou o coro de modernistas brasileiros que modificou a nossa literatura, inscrevendo nesse repertório o cotidiano dos negros por meio de sua criação poética. Os negros, na poesia de Lobivar, são trazidos como sujeitos que estão à margem da sociedade, que sofrem a negação de direitos básicos de sobrevivência e de humanidade. No entanto, em meio à degradação tanto humana como espacial, estes negros surgem (ou ressurgem) enquanto sujeitos históricos, em construções imagéticas que remetem a um devir melhor, a uma conquista de espaço e de vida que apontam para o resgate da oralidade e dos costumes culturais desses negros. Esse protagonismo se contrapôs à lógica da poesia que imperava em Mato Grosso naquela época, que ainda matinha relações viscerais com o romantismo e o parnasianismo. Portanto, as vozes negras em Lobivar Matos estão emprenhadas de rebeldia e resistência, pois são ecos de uma comunidade historicamente silenciada. As negras, as crianças, os bairros periféricos e os pretos velhos são personagens que se deslocam da subalternidade para estruturarem o centro da poesia de Lobivar, que se reveste de resistência e luta pela igualdade. A presente reflexão propõe uma leitura dos poemas desse escritor buscando as relações entre negritude, subalternidade e resistência



Resumo Inglês:

Modernism, at the beginning of the 20th century, brought blacks and subaltern groups to Brazilian literature, starting from a political and ideological bias. The need to create a new literary project conditioned the writers to compose a repertoire that broke with the elitist paradigm of literary doing. Lobivar Matos endorsed the choir of Brazilian modernists who modified our literature, inscribing the daily life of blacks through his poetic creation. The black persons, in Lobivar's poetry, are brought as subjects who are on the margins of society, who suffer the denial of basic rights of survival and humanity. However, in the midst of both human and spatial degradation, these black persons emerge (or reappear) as historical subjects, in imagery constructions that refer to a better becoming, an achievement of space and life that point to the rescue of orality and Cultural customs of these persons. This protagonism contrasted the logic of poetry that prevailed in Mato Grosso at that time, which still matted visceral relations with Romanticism and Parnassianism. Therefore, the black voices in Lobivar Matos are fraught with rebellion and resistance because they are echoes of a historically silenced community. Blacks, children, peripheral neighborhoods and old blacks are characters who move from subalternity to structure the center of Lobivar's poetry, which is endowed with resistance and struggle for equality. The present reflection proposes a reading of the poems of this writer looking for the relations between blackness, subalternity and resistance.