Este artigo trata sobre o Movimento de mulheres do Xingu (MMX) como uma forma de resistência das mulheres xinguanas contra diversas formas de violências interseccionais a que estão submetidas, apresentando-se como um movimento insurgente que busca ocupar os espaços de tomada de decisões dentro e fora de suas comunidades. Meu objetivo é demonstrar como seus discursos e ações estão alinhados com um projeto de sociedade mais equilibrada entre homens e mulheres e seres humanos e natureza (o bem viver), através de uma análise de diversos materiais audiovisuais em conjunto com uma revisão bibliográfica sobre temáticas de gênero e de ecologia, recorrendo ao uso de entrevistas e citações como métodos de exemplificação das cosmovisões e cosmo práticas das mulheres originárias, e por fim apresento essa práxis como um modelo de resistência coletiva inter epistemológica contra o “des-envolvimento” capitalista e individualista.
This article deals with the Xingu Women's Movement (MMX) as a form of resistance by Xingu women against various forms of intersectional violence to which they are subjected, presenting itself as an insurgent movement that seeks to occupy the decision-making spaces within and outside their communities. My objective is to demonstrate how their speeches and actions are aligned with a project of a more balanced society between men and women and human beings and nature (the concept of good living), through an analysis of several audiovisual materials together with a bibliographic review on themes of gender and ecology, resorting to the use of interviews and quotations as methods of exemplifying the cosmovisions and cosmopractices of the original women, and finally I present this praxis as a model of collective interepistemological resistance against capitalist and individualistic “disinvolvement”.