: Este ensaio pretende discutir a noção de “imagem” na obra de Yves Bonnefoy a partir do livro L’Arrière-pays, publicado em 1972. A imagem, cuja recusa e aceitação constitui parte da intriga do livro, nos permite considerar uma dimensão do tempo, chamada aqui de “hesitação”, fundamental para a produção crítica e literária do poeta. Trata-se de uma “suspensão do tempo”, conforme afirmaria Yves Bonnefoy, sugerida nas obras pictóricas “por sua espessura de hesitações, de ambigüidades, de contradições”. Tal hesitação se produziria no texto literário através da sugestão de momentos de simultaneidade, mas também através de imagens como a “soleira” ou o “limiar”. São imagens, além disso, que se revelariam como momentos de uma “atestação de si”, cujo valor ético observou em artistas como Raoul Ubac.
This essay aims to discuss the notion of “image” in Yves Bonnefoy’s work starting from the book L'Arrière-pays, published in 1972. The image, whose refusal and acceptance constitute part of the book’s intrigue, allows us to consider a dimension of time, referred here as “hesitation”, fundamental for the poet’s critical and literary production. It is a “suspension of time”, as stated by Yves Bonnefoy, suggested in the pictorial works “by its thickness of hesitations, ambiguities, contradictions”. Such hesitation would be produced in literary texts through the suggestion of moments of simultaneity, but also through images as the “threshold” or the “border”. They are images that would also be revealed as moments of a “attestation of itself”, whose ethical value he observed in artists as Raoul Ubac.