Partindo da discussão sobre como a ciência moderna objetificou e inferiorizou os saberes de grupos (mulheres, negros, indÃgenas, homossexuais, não ocidentais etc.) definidos como os outros, este artigo analisa como a área dos estudos feministas no Brasil se relacionou com o debate sobre relações raciais e com o conceito de interseccionalidade. Essa questão é relevante uma vez que o processo de racialização muda a forma como alguns grupos de mulheres vivenciam a opressão de gênero. Por meio do debate sobre a construção do campo da História das Mulheres na academia brasileira, discuto a abrangência do debate racial na produção dos estudos feministas.
Having as a starting point the discussion on how the modern
science has objectified and made inferior the knowledge produced by groups
(women, Blacks, natives, homosexuals, non-Westerners etc.) defined as the
others, this article aims to discuss how the field of feminist studies in Brazil
interrelates itself with the discussion about race relations and the concept
of intersectionality. This issue is relevant since the racialization process changes
the way some groups of women experience oppression. Through the debate
about the construction of the field of the Women’s History in Brazilian academy,
I discuss the scope of the racial debate in the production of feminist studies.