O presente artigo tem como objetivo discutir mÃdia (veÃculo da ‘cultura de massas’) como um dispositivo de saber/poder partindo da noção de genealogia. A centralidade do texto reside na teoria de Foucault destacando os processos de uma genealogia, a noção de modos de subjetivação, nuances do saber/poder e finalmente a noção de dispositivo convidando o leitor a refletir: não seriam os veÃculos de comunicação as maiores fontes de propagação e manutenção das ideologias em nosso meio? Foucault usa a “genealogia do saber-poderâ€, para discorrer sobre a possibilidade de construção dos saberes através de determinadas condições externas ao próprio saber, assim, congrega em sua análise, elementos relacionais, históricos e polÃticos a outros referendados no poder. O poder se exerce de forma difusa e descontÃnua criando vetores ou forças que se dissipam em direções das mais diversas, o saber seria um canalizador dessas forças ou relações de poder. Assim, o ‘saber cultural’ pode ser compreendido como qualquer ação social que tenha relevância para determinada significação e a mÃdia seria veÃculo de difusão desta cultura, uma parte crÃtica da ‘estrutura’ das sociedades modernas. O conhecimento é uma relação estratégica, generalizante, é a luta singular do homem com o objeto que ele quer dominar, saber, em suma é poder, resultado de lutas constantes e cortantes. Somos compelidos a produzir “verdades†pelo poder que a exige e que dela necessita para funcionar. As verdades são reguladas pela disciplina e por ela observamos as relações de poder operando sobre os corpos, tornando-os dóceis e úteis. O fato de não identificarmos diretamente a “fonte†destes discursos, pode significar que elas já tenham sido tão fortemente incorporadas ao senso comum que não causa mais estranhamento. Assim, para além da origem do discurso destacamos aqui sua propagação, seu alcance ilimitado e seu potencial, proporcionados diretamente pelo aparelho midiático como mais um elemento de dominação.