A cultura digital transformou os lugares e agentes relacionados à escrita e à vocalidade. A escrita se aproxima da fala, a publicação pode ocorrer sem mediação, e é possÃvel transmitir a voz em arquivos. Além disso, a noção de compartilhamento desafia os usuais lugares de autoria e aproxima os polos de produção e recepção. Se a cultura do impresso representou o recalque do corpo e o processo de autonomização do texto, a cultura digital, em sua demanda pela conexão constante, aproxima o corpo do texto. Seria, assim, admissÃvel definir a cultura contemporânea como uma cultura barroca, pelo infinito apelo ao sensorial que oferece aos corpos conectados? Quais impactos produz o arquivo contemporâneo em que se pode transportar imagem, escrita e som quando comparado ao texto impresso? O que faz do arquivo digital um meio tão eficaz de mobilização polÃtica?
Digital culture has transformed places and agents related to writing and vocality. Writing is closer to orality, publications might not include mediation, and digital files can disseminate voice. Moreover, the notion of “sharing†challenges usual authorship and closes the gap between text production and reception. While printed culture meant body repression and text autonomy, digital culture, by requiring seamless connection, brings body closer to text. Thus, would it be admissible to define contemporary culture as baroque due to its endless sensory appeal to connected bodies? What is the impact of contemporary files - which can carry image, text, and sound -, relative to the impact of printed text? What makes digital files such effective means for political mobilization?