Esta análise do filme Bye bye Brasil (1979), dirigido por Cacá Diegues, tem por objetivo compreender como se deu a interação entre seu diretor e a polÃtica cultural do Estado no Brasil da década de 1970. De um lado, tinha-se um cineasta identificado com a perspectriva cultural nacionalista e autoral cinema-novista; de outro, um Estado autoritário e também nacionalista, promotor de uma modernização econômica. Nessas circunstâncias, travava-se a disputa pelo predomÃnio no processo de produção de filmes que estavam envolvidos com questões relativas à identidade nacional. Parte-se aqui do pressuposto de que o campo cinematográfico constitui uma arena de representações de imagens em movimento, disputada por agentes sociais pela obtenção da produção hegemô- nica das imagens da nação em meio a contradições, que envolviam concep- ções sobre cultura popular e cultura de massa. O resultado desses embates foi uma rica diversidade cinematográfica da qual Bye bye Brasil representa um caso emblemático.
This discussion of Bye-bye Brazil (1979), film by Cacá Diegues, aims to understand how the director interacted with the 1970s Brazilian cultural policy. On the one hand, there was a filmmaker identified with the cinema novo nationalistic and authorial cultural perspective; on the other hand, an authoritarian and also nationalistic State that was fostering economic modernization. In these circumstances, there was a dispute over preponderance in the production of films that addressed issues related to national identity. The starting point here is the premise that the cinema field is an arena of representations of moving images where social players dispute hegemonic production of nation’s images amidst contradictions involving popular culture and mass culture notions. The outcome of these confrontations was a rich movie diversity of which Bye bye Brazil is an emblematic case.