Por que as imagens que temos de África e
dos africanos são tão depreciativas e deformadas?
Por qual razão a África ocupa um lugar tão desprivilegiado em nossas imagens e imaginações? Partindo
destas questões iniciais, esse breve artigo busca entender como se deu o processo de construção discursiva e midiática da alteridade africana, ou de sua “invenção”, a partir de múltiplos discursos — científico,
religioso, político, literário, cinematográfico, etc. Tais
discursos basearamse, e baseiamse, frequentemente, num “regime de autoridade” decorrente de rela
ções desiguais de poder e conhecimento entre o Ocidente e o mundo nãoocidental. O distanciamento
“antropológico” e “biológico” dos africanos, como
“outros”, parece perpetuarse. Buscase aqui, portanto, suscitar uma discussão concisa que possibilite, no
entanto, compreender e questionar a condição de
marginalidade que a África — e tudo que lhe diz respeito — ocupa em nosso pensamento e imaginário
ocidental.
Why the images we have of Africa and Africans are so derogatory and distorted? For what reason Africa occupies as unprivileged place in our images
and imaginations? Starting from these initial questions, this short article seeks to understand how was
the discursive and media building process of the African otherness, or its “invention” from multiple discourses — scientific, religious, political, literary, film
etc. Such speeches were based, and are based, often
in a “power system” due to unequal power relations
and understanding between the West and nonWestern world. Distancing “anthropological” and “biological” of Africans, as “other” seems to perpetuate
itself. Search is here, so raise a concise discussion that
allows, however, understand and question the condition of marginality that Africa — and all that concerns
him — occupies in our thinking and Western imagination.