No trecho 400c1-9 do Crátilo, Sócrates faz algumas afirmações etimológicas a respeito do termo ‘corpo’ (σῶμα): 1) que é o túmulo (σῆμά) da alma, 2) que é por intermédio dele que a alma significa (σημαίνει) e 3) que é como um recinto(περίβολον) onde a alma é conservada(σῴζηται), à imagem de uma prisão (δεσμωτηρίου εἰκόνα). Neste artigo, pretendo examinar separadamente cada uma dessas etimologias, a fim de explorar não apenas os seus aspectos concernentes ao tema da separação entre corpo e alma, mas também as suas consequências para a relação entre o nome e aquilo que ele designa - tema mais específico ao contexto dialógico em que as referidas etimologias se inserem.