Fatores de risco em contatos intradomiciliares de pacientes com hanseníase utilizando variáveis clínicas, sociodemográficas e laboratoriais
Revista Pan-Amazônica de Saúde (RPAS)
Fatores de risco em contatos intradomiciliares de pacientes com hanseníase utilizando variáveis clínicas, sociodemográficas e laboratoriais
Autor Correspondente: Maria Heliana Chaves Monteiro da Cunha | [email protected]
Palavras-chave: Hanseníase, Vigilância Epidemiológica, Sorologia, Fatores de Risco
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
OBJETIVO: Identificar fatores de risco em contatos intradomiciliares de pacientes com hanseníase, utilizando-se variáveis clínicas, sociodemográficas e laboratoriais. MATERIAIS E MÉTODOS: Investigou-se uma série de casos, avaliando-se contatos intradomiciliares de pacientes com hanseníase, atendidos em um centro de referência do estado do Pará, Brasil, no período de 2012 a 2015. Foram realizados os exames dermatoneurológico, sorologia anti-PGL-I (ELISA, utilizando pontos de corte 0,2 e 0,13) e o controle da vacina BCG, além de ter sido elaborado levantamento de dados clínicos e demográficos do caso índice. RESULTADOS: Ocorreu maior predominância de contatos com pelo menos uma dose vacinal de BCG (91,1%), e houve maior soropositividade entre contatos das formas de hanseníase multibacilar, sendo mais prevalente quando utilizado o ponto de corte 0,13 (61,5%). As maiores titulações de anti-PGL-I ocorreram entre pessoas do sexo feminino (51,1%), com ensino fundamental (46,7%) e na faixa etária de 15 a 40 anos (47,8%). A maioria dos indivíduos (91,4%) habitava casas com menos de dois cômodos. CONCLUSÃO: Concluiu-se que baixa escolaridade, idade e condições de moradia podem ser fatores de risco para o adoecimento por hanseníase entre os contatos intradomiciliares das formas multibacilares; que as faixas etárias mais jovens estão mais expostas ao contato com o bacilo da hanseníase; e que a sorologia anti-PGL-I é uma importante ferramenta de seguimentos de contatos das formas multibacilares.
Resumo Inglês:
OBJECTIVE: To identify risk factors in household contacts of leprosy patients, using clinical, sociodemographic, and laboratorial variables. MATERIALS AND METHODS: Cases series were investigated evaluating the household contacts of leprosy patients that were attended in a reference center in Pará State, Brazil, from 2012 to 2015. Dermatoneurological examinations, anti-PGL-I serology (ELISA, using cut-off point 0.2 and 0.13), and BCG vaccine control were performed, as well as clinical demographic data survey from the index case was conducted. RESULTS: There was higher predominance of the contacts that had been BCG vaccinated at least once (91.1%), higher seropositivity among contacts that present the disease multibacillary leprosy form, being more prevalent when the cut-off point was 0.13 (61.5%). The higest anti-PGL-I titrations were detected among the female group (51.1%), those that had elementary education (46.7%) and were among 15 to 40 years old (47.8%). The majority of individuals (91.4%) lived in houses with less than two rooms. CONCLUSION: It was concluded that low education level, age and living conditions may be risk factors for leprosy illness among household contacts of the multibacillary leprosy form; the younger age groups are more exposed to the bacillus contact; and that the anti-PGL-I serology is an important tool for tracking contacts of multibacillary leprosy forms.