Na camada limite planetária – a camada que está em contato ou sofre influência da superfície terrestre – o escoamento das massas de ar tem comportamento distinto ao longo de sua extensão vertical, variando desde o regime turbulento, nos níveis inferiores, ao não turbulento, no topo desta camada. Considerando esta variação vertical do vento, o relevo do entorno do reservatório, em termos aerodinâmicos, é descrito pelos parâmetros de rugosidade, relacionados com a forma, altura, densidade de distribuição dos elementos na superfície, dentre outras variáveis que determinam a eficiência de uma área da superfície para transformar a energia do vento médio em movimento turbulento nas baixas camadas. Um dos atributos aerodinâmicos utilizados para parametrizar a rugosidade do terreno é o comprimento característico da rugosidade (Zo) que, formalmente corresponde à altura a partir do solo onde a velocidade do vento é igual a zero, considerando um perfil vertical cuja variação apresente comportamento logaritmo com a altitude. A influência do relevo e da camada limite planetária para o regime de ventos em sistemas aquáticos é de extrema importância quando se trata de prospecção eólica nestes locais. A partir de experimentos realizados em túnel de vento, foi possível simular o efeito do relevo próximos aos reservatórios hidrelétricos no regime de ventos local.