Citotaxonomia de triatomíneos: a citogenética como ferramenta no estudo do complexo Triatoma brasiliensis e do subcomplexo Brasiliensis

Revista Pan-Amazônica de Saúde (RPAS)

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ISSN: 2176-6223
Editor Chefe: Isabella M. A. Mateus
Início Publicação: 02/01/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Multidisciplinar

Citotaxonomia de triatomíneos: a citogenética como ferramenta no estudo do complexo Triatoma brasiliensis e do subcomplexo Brasiliensis

Ano: 2015 | Volume: 6 | Número: 3
Autores: Kaio Cesar Chaboli Alevi, Maria Tercília Vilela de Azeredo Oliveira
Autor Correspondente: Kaio Cesar Chaboli Alevi | [email protected]

Palavras-chave: Triatoma lenti, Triatoma melanocephala, Triatominae

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

As análises citogenéticas têm-se mostrado como importantes ferramentas para o estudo da taxonomia dos triatomíneos, importantes vetores da doença de Chagas. Dessa forma, a utilização de técnicas citogenéticas poderá esclarecer a problemática existente na classificação atual das espécies que compõem o subcomplexo Brasiliensis (Triatoma brasiliensis, T. melanica, T. juazeirensis, T. sherlocki, T. lenti, T. petrochii, T. tibiamaculata, T. vitticeps e T. melanocephala), principais espécies vetoras na Região Nordeste do Brasil. Essas espécies foram agrupadas apenas com base em dados morfológicos e na distribuição geográfica e diferem das espécies agrupadas, com base em características monofiléticas, no complexo T. brasiliensis (T. b. brasiliensis, T. b. macromelasoma, T. melanica, T. juazeirensis e T. sherlocki). Assim, o presente trabalho teve como objetivo descrever os aspectos citogenéticos de T. lenti, T. sherlocki, T. melanocephala e T. vitticeps, com o intuito de avaliar a posição desses vetores no subcomplexo Brasiliensis e analisar uma possível relação de T. lenti, T. melanocephala e T. vitticeps com o complexo T. brasiliensis. Análises citogenéticas clássicas (orceína lacto-acética, impregnação por íons prata e bandamento C) e moleculares (hibridização in situ– FISH) foram realizadas em machos adultos. T. lenti e T. sherlocki apresentaram muitas características cromossômicas em comum, como o número de cromossomos (2n = 20A + XY), a disposição da  heterocromatina constitutiva nos autossomos (uma ou ambas as extremidades dos cromossomos) e a disposição das regiões organizadoras nucleolares (RONs) (um par de autossomos). Esses insetos foram diferenciados por meio de marcações observadas nas espermátides, o que foi proposto como ferramenta citotaxonômica diagnóstica. T. melanocephala e T. vitticeps apresentaram o mesmo número de cromossomos (2n = 20A + X1X2X3Y) e as mesmas características durante a espermatogênese. No entanto, esses vetores puderam ser diferenciados pela disposição dos blocos heterocromáticos, pela disposição das RONs e pela análise da espermiogênese. Assim, com base nessas características, corroboramos a posição de T. lenti e T. sherlocki no subcomplexo Brasiliensis e propomos a exclusão de T. melanocephala, T. vitticeps e T. tibiamaculata, por apresentarem fragmentação do cromossomo sexual X e se aproximarem dos triatomíneos da América do Norte. Além disso, embora análises moleculares devam ser realizadas, os dados citotaxonômicos suportam o agrupamento de T. lenti como sexto membro do complexo T. brasiliensis.