A criptococose é uma infecção fúngica oportunista causada por leveduras do gênero Cryptococcus, principalmente Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii. Devido ao tropismo pelo sistema nervoso central, a principal manifestação clínica da doença é a meningite criptocócica, que acomete com maior gravidade indivíduos com síndrome da imunodeficiência adquirida. O interesse em aspectos fenotípicos, tais como diâmetro de cápsula, hidrólise de ureia, atividade fenoloxidase, vem aumentando por constituírem a virulência do fungo. O objetivo do presente estudo foi quimiotipar as espécies de Cryptococcus recuperados de 15 casos de meningite criptocócica, caracterizando-os quanto aos aspectos fenotípicos. Sendo assim, leveduras anteriormente identificadas como C. neoformans (n = 15) pelo sistema semiautomatizado API ID 32C, e armazenadas na micoteca do Laboratório de Micologia da Seção de Bacteriologia e Micologia do Instituto Evandro Chagas, foram quimiotipadas em meio canavanina-glicina-azul de bromotimol, e avaliadas quanto ao crescimento a 37o C, sensibilidade à cicloheximida, hidrólise da ureia e atividade da fenoloxidase. A partir da semeadura em meio canavanina-glicina-azul de bromotimol, observamos que 47% (7/15) das leveduras eram Cryptococcus gattii e 53% (8/15) eram Cryptococcus neoformans. Apenas um isolado (1/15; 6,7%) foi capaz de crescer a 37o C, sendo que todos foram sensíveis à cicloheximida, bem como produziram hidrólise da ureia. A atividade da fenoloxidase foi observada em todos os isolados estudados, ocorrendo em até 72 h após a incubação. Neste estudo, o isolamento de Cryptococcus neoformans em casos de meningite criptocócica em Belém, Estado do Pará, Brasil, foi mais frequente. Tanto Cryptococcus neoformans como Cryptococcus gattii apresentaram características fenotípicas típicas, assumindo-se que em nossa região ocorrem isolados virulentos.
Cryptococcosis is an opportunistic fungal infection that is caused by yeasts of the genus Cryptococcus, mainly Cryptococcus neoformans and Cryptococcus gattii. Due to their tropism for the central nervous system, the main clinical manifestation of the disease is cryptococcal meningitis, which most severely affects individuals with acquired immunodeficiency syndrome. There is increasing interest in some of the phenotypic aspects of these yeasts, such as capsule diameter, urea hydrolysis, and phenoloxidase activity, because they determine the virulence of the fungus. The objective of this study was to determine the chemotype of the Cryptococcus species that were recovered from 15 cases of cryptococcal meningitis and to characterize their phenotypic features. A group of yeasts that were previously identified as C. neoformans (n = 15) by the semi-automated system API ID 32C and stored in the fungal collection of the Laboratory of Mycology of the Bacteriology and Micology Section on the Instituto Evandro Chagas were chemotyped in canavanine glycine bromothymol blue medium and assessed for their growth at 37o C, cycloheximide sensitivity, urea hydrolysis ability, and phenoloxidase activity. Based on culture in canavanine glycine bromothymol blue medium, we observed that 47% (7/15) of the yeasts were C. gattii and that 53% (8/15) were C. neoformans. Only one isolate (1/15) was able to grow at 37o C; all isolates were sensitive to cycloheximide and could hydrolyze urea. Phenoloxidase activity was observed in all groups, occurring up to 72 h after incubation. In this study, cryptococcal meningitis cases in Belém, Pará State, Brazil, were more commonly caused by C. neoformans. Both C. neoformans and C. gattii exhibited typical phenotypic traits, and it was assumed that, virulent isolates occur in our region.
La criptococosis es una infección fúngica oportunista causada por levaduras del género Cryptococcus, principalmente Cryptococcus neoformans y Cryptococcus gattii. Debido al tropismo por el sistema nervioso central, la principal manifestación clínica de la enfermedad es la meningitis criptocócica, que acomete con más gravedad a individuos con síndrome da inmunodeficiencia adquirida. El interés en aspectos fenotípicos, tales como el diámetro de la cápsula, la hidrólisis de la urea, la actividad fenoloxidasa, han venido en aumento por constituirse en la virulencia del hongo. El objetivo del presente estudio fue el de quimiotipar las especies de Cryptococcus recuperados de 15 casos de meningitis criptocócica, caracterizándolos con relación a los aspectos fenotípicos. Siendo así, levaduras anteriormente identificadas como C. neoformans (n = 15) por el sistema semiautomatizado API ID 32C, y almacenadas en la micoteca del Laboratorio de Micología de la Sección de Bacteriología y Micología del Instituto Evandro Chagas, fueron quimiotipadas en medio canavanina-glicina-azul de bromotimol, y evaluadas con relación a crecimiento a 37o C, sensibilidad a la cicloheximida, hidrólisis de la urea y actividad de la fenoloxidasa. A partir del sembrado en medio canavanina-glicina-azul de bromotimol, observamos que 47% (7/15) de las levaduras eran de Cryptococcus gattii y 53% (8/15) de Cryptococcus neoformans. Apenas un aislado (1/15; 6,7%) fue capaz de crecer a 37o C, siendo que todos fueron sensibles a la cicloheximida, bien como produjeron hidrólisis de la urea. La actividad de la fenoloxidasa se observó en todos los aislados estudiados, ocurriendo en hasta 72 h después de la incubación. En este estudio el aislado de Cryptococcus neoformans en casos de meningitis criptocócica en la Ciudad Belém, Estado de Pará, Brasil, fue más frecuente. Tanto Cryptococcus neoformans como Cryptococcus gattii presentaron características fenotípicas típicas, asumiéndose que en nuestra región ocurren aislados virulentos.