A inclusão de minorias sociais nas organizações de trabalho é uma delicada questão no que se refere à dinâmica sócio-organizacional, marcada por sua referenciação a um modelo hegemônico (e ideológico) de trabalhador que hierarquiza as reais possibilidades aos sujeitos que se distanciam de tal referência. Permanecem os discursos pela inclusão e pelo desenvolvimento como forma de manipular subjetivamente o trabalhador, sem que haja de fato a sua integração e possibilidade de empoderamento na estrutura organizacional. Este ensaio busca, portanto, refletir sobre os impasses e possibilidades nesse processo, a partir de uma revisão bibliográfica sobre a situação de mulheres, negros, homossexuais e pessoas com deficiência no mercado de trabalho e, em seguida, relacionar tal situação geral a uma análise semiótica de uma estratégica de captação numa grande empresa no contexto brasileiro. O que se percebe, ao final do trabalho, é que, concretamente, as organizações ainda reproduzem espaços de estigmatização existentes na sociedade. Adverte-se aqui aos gestores que o ato de incluir não deve ser visto como um cumprimento legislativo ou qualquer outro mecanismo de apropriação do trabalho, mas como um processo que possa promover o desenvolvimento organizacional, social e humano, de maneira geral.
The inclusion of social minorities in work organizations is a delicate issue with regard to socio-organizational dynamics, marked by its reference to a hegemonic (and ideological) worker model that hierarchizes real possibilities to the subjects who distance themselves from such reference . Discourses for inclusion and development remain as a way of subjectively manipulating worker, without actually integrating and empowering him the organizational structure. This paper tries to reflect about limits and possibilities in this process, from a bibliographical research on the women, blacks, gays and people’ situations with disabilities in the labour market and then to relate this context to a semiotic analysis of a recruitment strategy of a large company in Brazilian context. Main results suggest that companies still reproduce social spaces of stigmatization. We warn managers that the inclusion perspective must not be seen as a legal requirement or any other work appropriation mechanism. It is necessary do understand inclusion as a process which cano promote organizational, social and human development.