O acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de Humanização (PNH) que possibilita novas formas de fazer saúde. Apesar dos avanços alcançados no campo da humanização, ainda é possível encontrar limitações relativas à sua concretização, tornando-se um dos desafios na legitimação do Sistema Úni- co de Saúde. O estudo objetivou conhecer a percepção dos trabalhadores de saúde sobre o acolhimento no contexto da Atenção Básica. Tratou-se de um estudo de natureza qualitativa, descritivo, desenvolvido em uma Unidade Básica de Saúde(UBS) em Quixadá-CE, com 24 participantes trabalhadores da referida UBS. Para coleta e análise das informações utilizou-se do Discurso do Sujeito Coletivo. A percepção dos profissionais de saúde sobre o acolhimento foi vista enquanto postura, implicando em saber ouvir e/ou escutar atentamente o usuá- rio; receber as pessoas de forma atenciosa; valorizar suas histórias de vida, seus problemas; atender o indivíduo sem restrições, com dignidade e solidariedade, respeitando suas diferenças, solucionando ou minimizando os seus problemas. A demanda de usuários por equipe, que se apresentou superior ao preconizado pelo Ministério da Saúde, bem como a falta de ambiência e de recursos básicos para um adequado funcionamento da UBS revelaram-se como dificuldades rela- tadas pelos atores envolvidos no estudo. Há a necessidade de integração entre cuidado e gestão, uma vez que é princípio da PNH a inseparabilidade entre as esferas da produção do cuidado em saúde, de espaços para os trabalhadores se formarem e refletirem sobre sua prática, e de investimento na implantação da PNH nos serviços, sobretudo na Atenção Básica.