Este artigo analisa o processo de trabalho docente, as tensões e deslocamentos presentes na sua constituição e as implicações da sua feminização na organização da profissão docente. Objetiva compreender em que medida a feminização do magistério incide sobre as percepções produzidas sobre essa profissão e a sua (des)valorização. Utilizou-se, além do referencial teórico que versa sobre a temática, dados de uma pesquisa qualitativa que se valeu de um estudo de base documental, realizada entre 2015 e 2016 pelas autoras. Entende-se que o trabalho docente é uma categoria histórica e socialmente constituída, portanto, apresenta atravessamentos que trazem implicações políticas, econômicas e culturais sobre a sua produção, como a feminização. Conclui-se que se por um lado não se pode culpabilizar as mulheres (nem os homens) pela desvalorização do trabalho docente, tendo em vista que esse é um fenômeno consubstancial e estrutural, por outro, é nítido que o imaginário social ainda presente em relação ao magistério e ao trabalho docente implica na forma como se tem historicamente (des)valorizado a profissão docente no Brasil.
This article examines the process of teaching work, tensions and dislocations present in your constitution and the implications of your feminization in the organization of the teaching profession. Aims to understand to what extent the feminization of teaching focuses on the perceptions produced about this profession and your (de)valuation. It was used, in addition to the theoretical framework that deals with the subject, a qualitative research data that if it was a documentary based study, held between 2015 and 2016 for authors. It is understood that the teaching job is a historical category and socially constituted, therefore, presents crossings, such as the feminization, that bring political, economic and cultural implications about your production. It is concluded that if on the one hand you can't blame women (or men) by devaluation of the work, considering that this is a phenomenon and structural nature, on the other, it is clear that the social imaginary still present in relation to the teaching profession and teaching work, implies the way he has historically (de)valued the teaching profession in Brazil.