Este texto relata nossa experiência em um projeto de extensão, realizado em um presídio, em que foram realizadas entrevistas com onze mulheres reclusas, em vias de receber a liberdade condicional. Ao levantarmos as expectativas dessas apenadas com relação a suas saídas dos muros, pudemos atribuir-lhes um perfil: mulheres relativamente jovens, mães e condenadas pelo crime de tráfico, influenciadas, segundo elas, pelos seus companheiros. A partir dessa informação, refletimos sobre a possibilidade de coexistir amor e crime, uma vez que essas mulheres relegam esferas importantes da vida para seguirem os passos de outro, objeto de desejo, arriscando-se e sendo punidas. Após a punição, por meio das privações nas vivências no cárcere, as apenadas objetivam a retomada do que deixaram para trás: filhos, família e o resgate delas próprias.
This text is an experience report about an extension project carried out in a prison with eleven women that were about to receive conditional release. Aiming to collect data about their expectations about leaving the prison, we interviewed them and raised their profile: they were relatively young women, mothers, convicted of drug dealing and influenced by their partners, according to them. Given this information, this text reflect on the possibility of coexisting love and crime, since they gave up on important aspects of their lives to follow the steps of another person, who is their object of desire, taking the risks and being punished. After being punished and experiencing deprivations in prison, the prisoners aim to recover what they had left behind: children, family and themselves.