Na sociedade se produz uma multiplicidade de discursos que podem ser entendidos como a
variedade de formas de ver, dizer, pensar e agir, isto é, como práticas sociais atravessadas por
relações de poder. Deste modo, se produz verdades ao significar certas práticas e instituir uma
ordem nos discursos, selecionando aquilo que é preciso ser dito para a aplicação de um
determinado poder (FOUCAULT, 2009). A escola com seus elementos pedagógicos,
filosóficos, administrativos, enfim, sua prática discursiva, é um dispositivo produtor de
subjetividade. Acontece que, a escola produz e é também produzida por modos de
subjetivação como os discursos midiáticos que são abertos e generalizados e por isso,
alcançam grande número de pessoas através de suas variadas formas como: jornal impresso,
jornal on-line, sites, matérias televisivas, revistas e redes sociais de relacionamento que
constituem o que neste trabalho denominamos mídia. Embora muitos temas ligados a
educação apareçam com frequência nos discursos midiáticos, o tema bullying é muito
recorrente e verifica-se um alto número de matérias jornalísticas que discutem o assunto.
Neste artigo, pretende-se discutir sobre os discursos midiáticos que enunciam o bullying
como um dos principais problemas da realidade educacional da atualidade e que representam
um discurso impregnado por ideologias que se manifestam nas relações de poder existentes no
contexto educacional e social.