A Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva (LEMP) é uma rara doença desmielinizante do Sistema Nervoso Central (SNC), causada pela reativação do vírus John Cunningham (VJC), que pode reativar em um ambiente de imunossupressão celular, se espalhar e levar a uma infecção dos oligodendrócitos e consequente desmielinização. Recentemente, foi descrito casos de LEMP em indivíduos com doenças autoimunes, como Esclerose Múltipla (EM) em tratamento com anticorpos monoclonais (mAb). A EM é a patologia desmielinizante mais comum do SNC, e nos últimos anos foram desenvolvidas terapias que permitiram o controle de recaídas clínicas. Dentre elas, destaca-se o Natalizumab, um mAb, responsável por impedir a adesão e a migração de linfócitos T ativados para o SNC. O Natalizumab obteve muitos êxitos no controle da fase inflamatória da doença, mas veio com riscos associados. Casos fatais de LEMP relacionados com infecção por VJC foram descritos durante o tratamento. O desenvolvimento desse novo fármaco trouxe uma melhora significativa nos casos de EM, mas ainda assim há necessidade de se fazer uma investigação sobre o histórico médico dos pacientes com esclerose múltipla, verificar a positividade para o VJC, avaliar e informar sobre o risco/ benefício de tratamento com Natalizumab. Evitando, dessa forma, expor os pacientes com EM ao risco de desenvolverem LEMP, uma doença progressiva e que pode ser fatal. Esta revisão bibliográfica tem como objetivo reunir dados para compreender a relação e os riscos associados entre o uso de Natalizumab e o desenvolvimento da LEMP.