O ensino de ciências tem sido extensivamente criticado, uma vez que não tem cumprido o seu papel como formador de indivíduos capazes de utilizar os conhecimentos científicos no cotidiano e na interpretação do mundo em que vivem. A péssima qualidade do ensino de ciências tem se refletindo numa visão estereotipada sobre a ciência, por parte da população em geral, e também num entendimento pobre acerca da natureza do conhecimento científico. Portanto, torna-se importante o desenvolvimento de atitudes que venham a melhorar este quadro. No presente estudo, avaliamos a aplicação de um curso (40 horas) baseado na resolução de problemas e na experimentação sobre a concepção acerca da natureza do conhecimento científico (que pode ser classificado como centrado no aprendiz) em professores e alunos do ensino médio da região de Santa Maria. A avaliação foi feita através de um teste que subdivide a compreensão do conhecimento científico em 6 subescalas: amoral, criativo, evolutivo, parcimonioso, experimental e unificado. Os resultados demonstraram que os cursos experimentais de 40 horas (contração muscular, digestão, respiração e fotossíntese), onde os sujeitos são levados a resolveram suas próprias questões, foram capazes de melhorar a concepção sobre a natureza do conhecimento científico de professores e alunos. As mudanças ocorrem principalmente dentro da subescala criativa, provavelmente refletindo o fato que os aprendizes devem ser criativos para resolverem os problemas que surgem durante os cursos. Os resultados sugerem que seria importante que professores em exercício (bem como aqueles prestes a entrar em exercício) realizassem atividades experimentais baseadas na resolução de problemas, uma vez que uma melhoria sobre a concepção acerca da natureza do conhecimento científico dos mesmos pode refletir numa melhoria do ensino de ciências ao nível do ensino médio