“Você é o que Google diz que você é”: a vida editável, entre controle e espetáculo

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ISSN: 1807-8583
Editor Chefe: Basílio Sartor / Suely Fragoso
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Comunicação

“Você é o que Google diz que você é”: a vida editável, entre controle e espetáculo

Ano: 2018 | Volume: 0 | Número: 42
Autores: Paula Sibilia
Autor Correspondente: Paula Sibilia | [email protected]

Palavras-chave: memória, esquecimento, internet, subjetividade, visibilidade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo retoma o debate acerca do “direito ao esquecimento” que alguns usuários da internet solicitam a buscadores como Google e Yahoo. O que se pede, nesses casos, é que sejam apagados certos dados pessoais referidos a situações do passado que, embora sejam verdadeiros, o demandante considera que prejudicam a sua reputação. As discussões em torno deste assunto parecem sugerir que estão se consumando algumas transformações importantes nos modos como nos relacionamos com as lembranças próprias e alheias, abrindo o horizonte (moral e legal) para uma “memória editável”, cujo critério de veracidade reside na exposição ao olhar dos outros. Trata-se de uma reflexão ensaística que propõe uma perspectiva genealógica sobre o fenômeno, em diálogo com autores fundamentais dos séculos XIX e XX, tais como Benjamin, Bergson, Borges, Debord, Deleuze, Foucault, Freud e Nietzsche.



Resumo Inglês:

This article resumes the debate on the “right to oblivion” that some Internet users are demanding to search engines such as Google and Yahoo. In such cases, people ask to erase certain personal data related to past situations which, even if these are true, the applicant considers that somehow harm their own reputation. Discussions on this issue seem to suggest that some important changes are taking place, regarding the ways in which we relate to our reminiscences. This fact could be opening the moral and legal horizon towards an “editable memory” whose criterion of truth resides in the exposure to the others' gaze. It is an essayist reflection that proposes a genealogical perspective, in dialogue with fundamental authors of the nineteenth and twentieth centuries, such as Benjamin, Bergson, Borges, Debord, Deleuze, Foucault, Freud and Nietzsche.