Há nestas páginas, tentativa de se registrar a maneira como Wittgenstein e é herdeiro de certa tradição que, em filosofia, fez esforços para mostrar como um pensamento correto não pode estar associado aos imperativos da vida cotidiana, daquilo que é ordinário e, num segundo, como o filósofo que consegue romper com essa tradição e reforçar a indicação que a vida ordinária é a produtora dos possíveis sentidos da existência. O que se pode exprimir? Eis a questão fundamental e básica proposta no Tractatus. Desse modo, conforme a introdução feita pelo próprio Wittgenstein, o sentido do livro resumir-se-ia às seguintes proposições: “o que é de todo exprimível é exprimível claramente; aquilo que não se pode falar, guarda-se em silêncio.” (Tractatus-Prólogo, p.27).