A educação popular se constrói histórica e organicamente, na América Latina, estreitamente associada à conjuntura social e política. Ela se apresenta como um movimento que produz um pensamento pedagógico latino-americano, em que sujeitos e coletivos elaboram experiências educativas com intencionalidade emancipatória, construindo autonomia, tornando-se sujeitos de sua história. Na atualidade, é desafiada pelo seu reconhecimento como política pública através de um marco de referência, que é aqui apresentado e criticamente analisado. Com o marco de referência surgem estranhamentos e possibilidades para a educação popular. Pela apresentação de paralelos com a educação do campo, com a pedagogia social e com a educação em saúde, que compartilham fundamentos teóricos e procedimentos metodológicos com a educação popular, são percebidos seus possíveis caminhos na condição de política pública. O texto culmina ponderando estranhamentos e possibilidades que se apresentam à educação popular agora que ela possui o respaldo de penetrar nos espaços oficiais de educação e política, podendo humanizá-los.
Popular education is historically and organically built in Latin America, closely related to the social and political context. It comes as a movement that produces a pedagogical Latin American thinking in which individuals and collective subjects create educational experiences focused on emancipatory intentionality, developing autonomy, becoming subjects of their own history. Nowadays, it is challenged by its recognition as a public policy by means of a reference framework, critically discussed and analyzed in this study. Misunderstandings and possibilities arise to popular education from the reference framework. By comparing studies to countryside education, social pedagogy and health education, sharing theoretical grounds and methodological procedures with popular education, possible solutions can be perceived in its condition as public policy. The text leads to weighting misunderstandings and possibilities to popular education as it counts on the necessary support to break into official spaces of education and politics capable of humanizing them.