O presente trabalho tem por objetivo estudar as posições de gênero como processamentos fluidos, a partir do entendimento da atualidade como imersa em um constante estranhamento que esvazia qualquer pretensão de um “algo em estado sólido e puro”. Tal concepção se revela bastante diferenciada em relação a uma imagem moderna, na qual as relações de gênero se resumiriam a uma simples oposição hierárquica entre as masculino e feminino. Esse olhar oposicionista moderno registra uma dicotomia onde uma posição – fixa – se legitima perante a deslegitimação da outra – opositora e também fixa. A diferença não tem espaço senão como inimigo em um campo de batalha. Masculino e feminino, dentro de uma perspectiva moderna, configuram dessa forma, todo um jogo de oposições entre estruturas rigidamente delimitadas.