Este artigo tem como objetivo refletir sobre os fundamentos filosóficos e pedagógicos das atividades de Iniciação Científica, estabelecendo uma relação entre o que entendemos por conhecimento e os meios ou modos de sua produção. Conhecimento é uma teia de significados construídos e apreendidos a partir das dúvidas, das incertezas, dos desafios, das necessidades, do desejo de conhecer, do interesse. Conhecer é construir significados, é fruto da mobilização de esforços pessoais que surgem a partir da própria necessidade de conhecer algo. Há, portanto, uma relação necessária entre o interesse de quem deseja conhecer e o objeto do conhecimento. Para que possamos discutir sobre a Iniciação Científica como processo de construção do conhecimento, nos apoiamos na teoria do filósofo John Dewey. O artigo aborda tanto o quefazer do estudante como as exigências de um orientador preocupado com a formação deste jovem pesquisador. Mais do que resultados, demonstramos que a Iniciação Científica é um exercício de curiosidade epistemológica com vistas à conquista da autonomia intelectual. É o espaço de aprendizagens e de busca de compreensão do objeto que se deseja conhecer, assim o papel da Iniciação Científica é o de promover o “livre jogo do pensamento” de modo que os estudantes ‒ futuros pesquisadores ‒ possam sentir o prazer de pensar, tornando o pensar a causa do próprio pensamento, um fim em si mesmo.