O artigo busca explicar os mecanismos que atuam para o funcionamento da vinculação entre a Política Externa Brasileira (PEB) e o desenvolvimento nacional. Como argumento central, defende-se que a estratégia de inserção internacional do Brasil tem forte influência da estrutura institucional do capitalismo brasileiro e do modelo de desenvolvimento dela derivado. Fortemente marcada pela atuação do Estado como propulsor do desenvolvimento e mediador de tensões sociais, essa estrutura condiciona a tomada de decisões e a implementação da PEB, na tentativa de criar oportunidades para o país. Assim, a política externa, apesar de mudanças entre os diferentes governos, contribui para a manutenção da dinâmica institucional político-econômica interna, servindo de instrumento para a promoção e defesa dos interesses de desenvolvimento do país. Apesar disso, as contradições internas do capitalismo brasileiro dificultam o aproveitamento dessas oportunidades para o efetivo desenvolvimento econômico e social do país.