O ensejo do trabalho apresentado é demonstrar como algumas configurações advindas de fora das fronteiras de um Estado contribuem para seu encaixe nas relações que se estabelecem entre centro e periferia no pensamento de Celso Furtado. Para isso, não pretendemos apresentar o autor brasileiro como um teórico ou pensador das relações internacionais; antes, nosso esforço é no sentido de captar elementos de análise das relações internacionais a partir de seu pensamento, tais como a articulação entre centro e periferia, que condenam alguns países ao subdesenvolvimento e, também nesse sentido, como algumas políticas adotadas por países do centro agem de modo a bloquear o desenvolvimento dos países nessa mesma periferia, exemplo que é captado pela explicação de Furtado sobre a ação dos Estados Unidos em relação à América Latina, o qual, ao incluir em sua concepção de segurança o desenvolvimento desta última região, fá-lo através de uma ideia própria de desenvolvimento que termina por aprofundar o subdesenvolvimento latino-americano.