A fim de discutir e localizar o desenho e o desenhar na antropologia atual, busco re-pensar as formas de registro possíveis no diário de campo em que predomina a escrita. Para tanto, inspiro-me no chamado diário gráfico que, como mostra Salavisa (2008), designa um caderno de registro predominantemente gráfico. Ou seja, se usualmente pensamos apenas em preencher nossos diários com a escrita, aqui pensaremos também no desenho como uma forma de observação e descrição pertinente. A partir do desenho, passamos a refletir não só sobre a observação, como também sobre o lugar em que esta observação será descrita. Ou seja, problematizaremos o espaço do diário, a escolha dos materiais, o que desenhamos e a relação entre escrita e desenho. O objetivo dessas reflexões é restaurar o desenho como uma prática de observação e descrição na antropologia.
The aim of this article is to re-think forms of description in fieldwork notebooks, discussing and localizing drawing in contemporary anthropology. Therefore, I am inspired in the so-called graphic diary mentioned by Salavisa (2008) as a predominately graphic record notebook. If we are used to think about fieldwork notebooks as filled with text, here we will think about drawing as a pertinent way to observe and describe. Departing from drawings, we will think about observation, as well as the place where this observation is described, which means a discussion about materials, support, what we draw and the relation between text and drawing. In a nutshell, the fieldwork notebook will be regarded not only as a written place. The final objective here is to recover drawing as a practice of observation and description in anthropology.