Este artigo problematiza o processo terapêutico voltado às pessoas que fazem uso de drogas defendido por uma das maiores redes de comunidades terapêuticas do Brasil. Nas duas primeiras décadas dos anos 2000, as comunidades terapêuticas (CTs) emergem e se expandem como equipamentos que criminalizam, patologizam e cristianizam pessoas que fazem uso de drogas. As CTs se caracterizam por práticas de manipulação de corpos e mortificação da vida, pela obrigatoriedade do trabalho, por uma ortopedia no conviver comunitário e pela imposição da espiritualidade como modo de vida. No contexto mais amplo das políticas de saúde mental e atenção psicossocial, as CTs representam um retrocesso nas práticas derivadas das lutas antimanicomiais e antiproibicionistas.
This study discusses the therapeutic process for people who use drugs defended by one of the largest networks of therapeutic communities in Brazil. In the first two decades of the 2000s, therapeutic communities emerge and expand as equipment that criminalizes, pathologizes and Christianizes people who use drugs. The therapeutic communities are characterized by practices of manipulation of bodies and mortification of life, by the obligation of work, by an orthopedics in community life and by the imposition of spirituality as a way of life. In the policies of mental health and psychosocial care, therapeutic communities represent a setback in practices derived from the anti-asylum and anti-prohibitionist struggle.
Este estudio problematiza el proceso terapéutico oriedntado a las personas que hacen uso de drogas defendido por una de las mayores redes de comunidades terapéuticas de Brasil. En las dos primeras décadas de los años 2000, las comunidades terapéuticas emergen y se expanden como equipamientos que criminalizan, patologizan y cristianizan a las personas que hacen uso de drogas. Las comunidades terapéuticas se caracterizan por prácticas de manipulación de cuerpos y mortificación de la vida, por la obligatoriedad del trabajo, por una ortopedia en el convivir comunitario y por la imposición de la espiritualidad como modo de vida. En las políticas de salud mental y atención psicosocial, las comunidades terapéuticas representan un retroceso en las prácticas derivadas de la lucha antimanicomial y antiprohibicionista.