Este artigo propõe discussões sobre como, por meio da compreensão de narrativas míticas, dialógicas e
produtoras de conhecimento, seremos capazes de contar histórias e tecer narrativas mais humanas e
ternas no exercício do jornalismo. As narrativas míticas são histórias compartilhadas por toda a
humanidade na tentativa de significar e dar respostas às questões humanas mais profundas. Argumenta-
se, então, como as narrativas jornalísticas, a exemplo das míticas, podem tornar visíveis questões
importantes como o reconhecimento das crianças com deficiência de modo inclusivo, com o objetivo de
exercer real influência em nossa sociedade, e criar uma realidade, mais justa e igualitária, baseada no
princípio do respeito às diferenças. Tendo como base teórica o pensamento de Carl Jung, Joseph
Campbell, Karen Armstrong, Hannah Arendt, Martin Buber e Cremilda Medina, o texto traz indicações de
como cultivar a compreensão na prática do jornalismo. Tomamos, como exemplo, os textos da jornalista
Eliane Brum que quebram o paradigma do jornalismo tradicional, alterando seu foco e dando voz às
pessoas antes esquecidas, narrando com afeto o que é estar vivo e afirmando o protagonismo e a
importância de cada ser humano. São analisadas, ainda, duas matérias da Revista Crescer sobre crianças
com deficiências.