Trata-se, a partir de um estudo de memória, da trajetória de sujeitos envolvidos na migração de retorno da Amazônia legal para o Paraná, entre 1990 a 2014. O texto estrutura-se em dois momentos. No primeiro, o cotejamento das fontes orais amparase na análise da processualidade dos discursos de positivação da migração sulista para a Amazônia Legal, sobretudo da migração baseada no trabalho agrícola. Para tanto, apresentase o conteúdo atual (2014) de sites de municípios do estado do Pará que compunham o itinerário da migração. Analisa-se ainda o conteúdo de reportagens do Jornal Nosso Tempo, publicado no Oeste do estado do Paraná, em meados de 1980, reportagens nas quais se reforça o perfil de trabalhador do migrante paranaense, sem que o jornal deixasse de evidenciar o processo de exclusão do pequeno proprietário regional no contexto da implementação do binômio trigo e soja. No segundo momento, problematiza-se o fato de a estrutura das narrativas orais se pautar na ênfase ao trabalho em detrimento do falar de lazer, algo entendido diante da situação do migrante e de sua narrativa, construída, agora, no retorno.
Taking a study of memory as starting point, this paper copes with the trajectory of individuals involved in the migration of return phenomenon from Legal Amazônia towards Paraná, considering the historical period of 1990 and 2014. The text is organized in two parts. In the first one, the comparison of the oral sources is supported by the processuality of the discourses of encouragement and extolling on the southern migration towards Legal Amazônia, principally the migration based on the agricultural labor. In doing so, I present the current contents (2014) of websites from different cities situated in the Pará state and which were part of the migration itinerary. In addition, I analyze the contents of reports taken from the newspaper Jornal Nosso Tempo, which used to be published in the West of Paraná state in the mid-1980s. Such reports reinforce the stereotype of Paraná migrants as hardworking people; however, concomitantly, the mentioned newspaper does not fail to evince the exclusion process of small-farm owners (who were living in that region) due to the wheatsoybean binomial implementation. In the second part of the text, I problematize the fact that the structure of oral narratives is based on the emphasis on work instead of speaking about leisure. This is something one is able to understand facing the situation of the migrants and their narratives, built now in return.