O presente artigo analisa o processo de titulação do território quilombola Saco das Almas, Leste do Maranhão, bem como os conflitos ambientais e territoriais, especialmente a partir dos anos de 1990, com a expansão da soja na área. Os quilombolas que, oprimidos pelas faces da escravidão e temerosos atualmente pelo destino das terras nas mãos dos empreendedores do agronegócio, além dos impasses legais, veem a efetivação dos seus direitos como descendentes de quilombos prejudicada por problemas de ordem política e em razão da deficiente estrutura do INCRA. Para isso, realizei pesquisa bibliográfica, documental, além de entrevistas com os diversos agentes envolvidos no conflito. A percepção geral é a de que o governo não compreende nem reconhece o modo de vida tradicional do grupo, o que resulta em racismo e desconsideração.
This article analyzes the titling process of the quilombola’s territory Saco das Almas, Eastern os Maranhão State, as well as the environmental and territorial conflicts, especially since the 1990s, with the expansion of soybean in the area. The quilombolas, who, oppressed by the faces of slavery and now fearful of the fate of the land in the hands of agribusiness entrepreneurs, besides the legal impasses, see the realization of their rights as descendants of quilombos impaired by political problems and because of the deficient structure of INCRA. For that, I carried out bibliographic, documentary research, as well as interviews with the various agents involved in the conflict. The general perception is that the government does not understand or recognize the traditional way of life of the group, which results in racism and disregard.