Netativismo: problematizando o mito do Estado-nação nas redes digitais

Lumina

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ISSN: 19814070
Editor Chefe: Gabriela Borges Martins Caravela
Início Publicação: 31/05/2007
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Comunicação

Netativismo: problematizando o mito do Estado-nação nas redes digitais

Ano: 2018 | Volume: 12 | Número: 3
Autores: E. Roza, G. Carbonaro
Autor Correspondente: E. Roza | [email protected]

Palavras-chave: Netativismo; Estado-nação; Narrativa; Mito; Redes digitais

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste trabalho é discutir em que medida as redes digitais questionam a legitimidade do mito e da narrativa do Estado-nação. Para isso, desenvolvemos um pensamento sobre as transformações na ideia de Estado-nação como comunidade imaginada capaz de criar uma coincidência entre comunidade cultural e política. Nesse percurso, recuperamos conceito caro a esse tipo de estudo, a saber: a invenção das tradições. Na sequência, analisamos o período de consolidação do mito nacional nas sociedades modernas coincidente com a ascensão da burguesia ao poder, que encontra no Estado-nação uma forma de legitimar sua nova posição social, manipulando fatos passados e “inventando” tradições para criar narrativas históricas que representassem toda sociedade. A ilusão da comunidade nacional foi materializada e internalizada no imaginário coletivo com tamanha força, que permanece até hoje como parâmetro de organização social em todo o mundo.Argumentaremos quea própria definição de Estado (entendido como sistema pelo qual se exerce a gestão dos territórios, populações, fronteiras e sua economia) é colocada à prova pelos fluxos informativos e pelas redes digitais que fazem circular ideias, ações e recursos de uma nação a outra em poucos segundos. A tecnologia não reconhece fronteiras artificiais organizadas para gerir esses espaços de dominação entre os homens e nem mesmo seus diversos subprodutos na modernidade, partidos, sindicatos, burocracia, eleições representativas e também suas narrativas. Em resumo, é a tensão entre a forma Estado e a potência das redes digitais junto do netativismo que debatemos aqui.