Este artigo pretende apresentar uma discussão sobre a questão do gesto, seu “lugar” e sua “natureza”, no âmbito da política contemporânea. Atravessando concepções sobre o gesto, como as de Giorgio Agamben e Georges Didi-Huberman, partimos da hipótese segundo a qual haveria uma inexorável indissociabilidade entre gesto e política: é pelo gesto, especificamente por sua possibilidade de reunir as dimensões ética e estética, que as formas de cidadania e resistência se tornam um exercício possível e efetivo. Num contexto marcado pela explosão das redes digitais, em que medida se alteram esse “lugar” e essa sua “natureza”, já que o corpo físico, fonte e “forma” primeira do gesto, sugere adquirir uma espécie outra de presença a partir dessas novas tecnologias? Isso significa perguntar: estaríamos diante de uma nova gestualidade, e, por conseguinte, de novas possibilidades de exercício da própria política?