Resumo Português:
Trata-se de uma narrativa e pesquisa bibliográfica sobre os conceitos de poder simbólico e violência simbólica para o filósofo francês, Pierre Bourdieu, que foi docente na École de Sociologie du Collège de France, confrontando com o conceito de sociedade do cansaço, do sul-coreano, radicado na Alemanha, Byung-Chul Han, filósofo e professor de Filosofia e Estudos Culturais na Universidade de Berlim. O artigo analisa esse poder praticamente imperceptível que se transmite por meio da comunicação e do discurso, mas que funciona como um instrumento político de manutenção das desigualdades sociais que são os instrumentos de coesão social para legitimar a dominação. O poder simbólico mascara uma violência invisível existente na sociedade pós-moderna do desempenho permissiva e pacífica, que induz o indivíduo a se posicionar no espaço físico seguindo critérios e padrões do discurso dominante. Essa violência é exercida, em parte, com o consentimento de quem a sofre. A violência simbólica nem é percebida como violência, mas como uma espécie de interdição desenvolvida com base em um respeito que se exerce de um para com o outro. Nessa sociedade, o indivíduo perdeu a capacidade de mergulhar num ócio criativo e, em lugar da coação estranha, surge a auto coação, uma violência autogerada, que é mais fatal do que a outra, pois a vítima imagina ser alguém livre. A coação pelo desempenho força-o a produzir cada vez mais, sem alcançar um ponto de repouso. Ele está cansado, esgotado de si mesmo, de lutar consigo mesmo. A pressão exercida sobre o sujeito traz consigo o desenvolvimento de doenças neuronais como a depressão, o transtorno de déficit de atenção, a síndrome de hiperatividade e a síndrome de burnout, representando a paisagem patológica do começo do século XXI.
Resumo Inglês:
It is a narrative and bibliographical research on the concepts of symbolic power and symbolic violence for the French philosopher, Pierre Bourdieu, who was a professor at the École de Sociologie du Collège de France, confronting the concept of a society of fatigue, Korean, German-based Byung-Chul Han, philosopher and professor of Philosophy and Cultural Studies at the University of Berlin. The article analyzes this practically imperceptible power that is transmitted through communication and discourse, but that acts as a political instrument for maintaining social inequalities that are the instruments of social cohesion to legitimize domination. This symbolic power masks an invisible violence existing in postmodern society of permissive and peaceful performance, which induce the individual to position himself in the physical space following the criteria and patterns of the dominant discourse. This violence is exercised, in part, with the consent of those who suffer it. Symbolic violence is neither perceived as violence, but as a kind of interdiction developed on the basis of respect for one another. In this society the individual has lost the ability to delve into a creative leisure, and instead of the strange coercion, self-coercion arises, a self-generated violence that is more fatal than the other, since the victim imagines himself to be a free person. Performance constraint forces it to produce more and more, without reaching a resting point. He is tired, exhausted of himself, of fighting with himself. The pressure exerted on the subject brings with it the development of neuronal diseases such as depression, attention deficit disorder, hyperactivity syndrome and burnout syndrome, representing the pathological landscape of the beginning of the 21st century.