Em seu “Unsafe Reasoning: A Survey” (2009), Paulo Faria mostra que é uma consequência
do externismo semântico que os sujeitos imaginados em experimentos mentais – como os
imaginados por Burge (1988), que passam por comutação lenta entre a Terra e a Terra-Gêmea –
são desculpados por sua ignorância semântica, que pode levá-los a falácias de equivocação. Porém,
segundo Faria, frequentemente, em cenários mundanos, nossa ignorância não será desculpável, e
seu artigo é, em parte, um chamado para que a discussão da ignorância seja pautada por cenários
mundanos, e não por experimentos mentais. Meu propósito, neste artigo, é atender ao chamado
de Faria e discutir quando, em cenários mundanos, estaremos desculpados ou não em nossa
ignorância.
In his “Unsafe Reasoning: A Survey (2009)”, Paulo Faria shows that it is a consequence
of semantic externalism that subjects imagined in thought experiments – such as those imagined
by Burge (1988), who go through a slow switching between Earth and Twin Earth – are excused
for their semantic ignorance, which can lead them to fallacies of equivocation. However, according
to Faria, often in worldly scenarios our ignorance will not be excusable, and his paper is in part a
call for the discussion of ignorance to be guided by worldly scenarios and not by thought
experiments. My aim in this paper is to meet Faria’s call and to discuss when, in worldly scenarios,
we are excused or not excused in our ignorance.